Durante o encontro ecumênico com representantes da Igreja Luterana na Malmö Arena (Suécia), o Papa Francisco pediu uma oração pela paz na Colômbia e em todos os países em situações de conflito.

“Peço-vos uma oração especial por aquela terra maravilhosa para que, com a colaboração de todos, se possa chegar finalmente à paz, tão desejada e necessária para uma digna convivência humana”, disse o Papa.

Durante a reunião, Mons. Hector Fabio Henao Gaviria, diretor da Cáritas Colômbia, disse que, embora seu país “seja uma terra abençoada”, há “profundas divisões sociais e exclusão política que causaram ondas de violência brutais”.

O sacerdote, um dos quatro testemunhos que foram ouvidos ontem no encontro ecumênico na Malmo Arena, recordou que o país vive em um conflito que começou há aproximadamente 60 anos.

Mons. Gaviria explicou que a Cáritas, de mãos dadas com a Igreja local, “começou a longa tarefa de reconstruir as vidas, esperanças e tecido social desta comunidade, enquanto a guerra continua em todo o território, causando milhares de mortes, desaparecidos e desalojados”.

Por outro lado, recordou que, “há mais de três anos, o processo de diálogo entre o governo colombiano e as FARC começou em Cuba e o acordo final foi assinado em 26 de setembro deste ano em Cartagena”.

“Uma das principais tarefas da Cáritas na Colômbia tem sido o apoio às vítimas para garantir o restabelecimento dos seus direitos. Na verdade, a Cáritas e a Conferência Episcopal levantaram suas vozes em 1994 a fim de exigir políticas públicas que enfrentem uma situação que afeta mais de seis milhões de pessoas hoje em dia, o que significa que somos um dos países do mundo mais afetados por este drama”, enfatizou.

Detalhou também que em outra região da Colômbia, na fronteira com a Venezuela, foram capazes de unir forças com a Federação Luterana Mundial, “para responder ao grito das comunidades que precisam de proteção”.

“Este território, assim como outros na Colômbia, é flagelado pela presença de minas que foram plantadas por grupos ilegais. Lamentavelmente, a Colômbia é o segundo país do mundo mais afetado pelas minas e, mesmo que avance a construção da paz após a assinatura de acordos com as FARC e se chegar a acordos com outros grupos de guerrilha, o impacto destas minas vai continuar acontecendo durante ao menos uma década”, lamentou.

Em seguida, ressaltou que um sobrevivente das minas comentou que “a Cáritas e a Federação Luterana Mundial eram o braço direito nos processos sociais e comunitários, que são o motor que deu vida à Associação de Sobreviventes de minas".

Finalmente, assegurou que tem “muita esperança durante este período de implantação dos acordos assinados com as FARC para acabar com o conflito armado”.

“Santo Padre, nós te agradecemos de coração pela sua proximidade com a consolidação da paz na Colômbia. Suas orações e mensagens que insistem que não devemos perder esta oportunidade chegaram às comunidades mais remotas do nosso país”, concluiu.

Ao testemunho de Mons. Henao, o Pontífice respondeu que “é uma boa notícia saber que os cristãos se reúnem para dar vida à comunidade e processos sociais de interesse comum”.

Do mesmo modo, encorajou os presentes a rezar pela paz, desejando que esta oração “também abrace todos os países onde perduram graves situações de conflito”.

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