Apesar da crise política, econômica e social que a Venezuela vive, em 8 de setembro, dia da Natividade da Virgem Maria, os venezuelanos confiaram suas esperanças e intenções à Virgem do Vale, que completou 105 anos de sua coroação; e a Virgem de Coromoto, que apareceu há 364 anos.

Dia da Virgem do Vale

 

Como de costume, este ano foi celebrada a missa solene na Basílica Menor de Nossa Senhora do Vale, presidida pelo Bispo de Margarida, Dom Fernando Castro Aguayo. Em seguida, a virgem foi venerada no templo e saiu em procissão com um vestido elaborado pela docente Cecilia Mata, que a vestiu durante 18 anos.

A Virgem do Vale, declarada padroeira da Ilha de Margarida, do Oriente venezuelano, é uma devoção mariana que nasceu no estado de Nueva Esparta, o único estado insular da Venezuela.

A imagem sagrada foi levada pelos espanhóis à Ilha de Cubagua entre 1518 e 1541. De acordo com os historiadores, na primeira destas datas foi fundada a cidade de Nueva Cádiz e, na seguinte, ocorreu um terremoto que destruiu a ilha. Logo, a imagem foi transladada ao Vale do Espírito Santo, na ilha de Margarida, dando origem ao nome da devoção.

Inúmeros milagres foram atribuídos à padroeira do oriente. O primeiro milagre foi o fim de uma seca em 1608, depois que os habitantes da ilha levaram a Virgem em procissão até a capital, quando começou a chover.

Outros milagres foram o de um pescador salvo de uma infecção inoculada por uma arraia e ter evitado o impacto de uma bala contra o general João Batista Arismendi durante a Guerra da Independência venezuelana.

Aniversário das aparições da Virgem do Coromoto

Por outra parte, a Venezuela também celebrou ontem os 364 anos da aparição da Virgem de Coromoto, cuja festa é celebrada no dia 11 de setembro.

 

O Pe. Allender Hernández, reitor do Santuário Nacional de Nossa Senhora de Coromoto, convidou os venezuelanos aos diferentes eventos. As atividades começaram ontem de manhã com uma Celebração Eucarística e uma caminhada até a basílica.

No domingo, 11 de setembro, acontecerá uma Missa na Basílica às 11h, na qual oferecerão o dízimo para a diocese de Guanare. Nesse mesmo dia, a relíquia também será levada ao campo da coroação, na Quebrada da Virgem, localizado a 25 quilômetros da cidade de Guanare.

Segundo a tradição, um cacique índio chamado Coromoto, natural de Cospes, negava se converter ao catolicismo, pois pensava que era outra artimanha dos espanhóis para apoderar-se das suas terras. Em 8 de setembro de 1652, a Virgem Maria apareceu diante de Coromoto informando que para poder ir ao céu era necessário ser batizado junto com os membros da sua tribo.

Ele continuou se negando, apesar da sua tribo estar pronta para receber o batismo. Após várias aparições e a tentativa fracassada do índio de tocar a imagem, esta se materializou em uma pequena estampa, a qual hoje é venerado no Santuário Nacional Nossa Senhora de Coromoto, localizado na região Quebrada da Virgem.

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O índio pediu para ser batizado depois de ficar à beira da morte, pois havia sido picado por uma serpente venenosa, sua salvação o converteu em apóstolo e pediu que todos os índios fossem batizados. O cacique morreu ancião alguns anos depois.

No dia 7 de outubro de 1944, o Papa Pio XII a declarou “Padroeira da República da Venezuela” e sua coroação canônica foi celebrada três séculos depois da aparição, em 1952.

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