Há quatro anos, no pequeno povoado espanhol de Borja, houve um caso que alguns consideraram vandalismo artístico, quando na verdade havia sido uma infeliz tentativa de restauração.

Cecilia Gimenez, uma senhora de 80 anos, foi a autora de uma bem-intencionada, mas lamentável tentativa de restauração do Ecce Homo, uma pintura desgastada da igreja de Nossa Senhora da Misericórdia de Borja que mostra Jesus com uma túnica e uma coroa de espinhos, olhando para o céu em agonia, antes de ser colocado na cruz.

Depois do retoque de Gimenez, a pintura ficou mais parecida com um macaco ou homem lobo, com traços deformados e difusos.

Isto não foi tão ruim quanto parece. A pintura original não era considerada algo de muito valor artístico, embora tivesse um grande significado para a comunidade. Entretanto, o que a princípio recebeu inúmeras críticas, acabou beneficiando economicamente o pequeno e batalhador povoado de Borja, pois a nova “pintura” atraiu a atenção internacional graças aos incontáveis memes e brincadeiras a respeito.

Agora, uma ópera cômica que recorda a história da pintura estreará na igreja Nossa Senhora da Misericórdia na localidade de Borja em 2017, quando completa cinco anos deste acontecimento.

Os americanos Andrew Flack e Paul Fowler, o segundo um compositor, transformaram está ópera no seu projeto favorito, informou o New York Times.

A ópera contará a história da restauração de Giménez, assim como o efeito positivo que causou neste local.

Além disso, o estilo será variado, com “um canto gregoriano, um fandango espanhol, um motete renascentista, uma jota de Zaragoza, um coral clássico”, zarzuela, tango flamenco, indie-rock, entre outros, disse Fowler ao jornal novaiorquino.

Fowler e Flack deram uma palestra sobre a sua ópera nos Estados Unidos em 2014 e arrecadaram dinheiro suficiente para traduzir sua obra do espanhol ao inglês.

Indicaram que esta ópera faz parte de um esforço maior para manter o status da pintura como uma atração turística. Inclusive, no começo deste ano um centro de arte interpretativa fez uma galeria onde os visitantes puderam pintar suas próprias versões do Ecce Homo.

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