O Bispo de Tarazona, Dom. Demetrio Fernández, lembrou aos fiéis que a objeção de consciência é "um direito fundamental" anterior a qualquer ordem jurídica que deve ser exercida com àqueles a quem se deseja pressionar com a lei de uniões homossexuais.

Em sua carta intitulada "Objeção de consciência", o Prelado afirmou que este direito está reconhecido no artigo 16 da Constituição espanhola, no artigo nove do Convênio Europeu de Direitos humanos, e pela Constituição Européia no artigo II-70, além do Tribunal Europeu de Estrasburgo.

Do mesmo modo, advertiu sobre "a fratura social que esta lei introduzirá no caso de ser aprovada" e denunciou que a mesma pretende transformar a mentira em verdade porque quer chamar "pelo mesmo nome o que não é igual" e equiparar juridicamente "duas coisas totalmente diferentes".

Na carta, o Prelado recordou que "não é o mesmo o matrimônio entre um homem e uma mulher" e "a união de dois homens ou de duas mulheres". Esclareceu que tais relações poderiam ter algum "amparo jurídico", mas nunca poderá ser igualada ao matrimônio.

Por isso, depois de assinalar que tal projeto vai "contra a lei de Deus, a verdade sobre o homem e a sociedade", afirmou que é dever cristão obedecer a seu Criador antes do que àqueles que, "tendo o poder", tentam obrigá-lo a ir contra seus princípios. Indicou que no caso do aborto, "a mesma lei recolhe a possibilidade de recorrer à objeção de consciência".

A carta explica que "se as leis respeitassem o verdadeiro bem do homem" e a lei de Deus, "um conflito deste tipo entre o moral e o legal não deveria expor-se nunca".

Entretanto, Dom. Fernández esclareceu que no caso de haver este conflito, o cristão sabe que "terá que obedecer a Deus antes que aos homens", embora tenha que viver o que o Senhor anunciou nas bem-aventuranças: "Felizes os que são perseguidos e caluniados por minha causa… Alegrai-vos, porque sua recompensa será grande no céu".