Mohammed Karabila, presidente da associação cultural muçulmana e imã de uma das mesquitas de Saint Etienne du Rouvray, negou-se a dar sepultura segundo o rito islâmico a um dos assassinos do Pe. Jacques Hamel, degolado enquanto celebrava Missa.

 

Karabila negou que sua comunidade participe “da preparação do enterro” de Adel Kermiche, um dos assassinos do sacerdote, porque isso significará “contaminar” o islã.

“Não vamos contaminar o islã com esta pessoa”, “não participaremos da preparação do corpo ou do enterro”, expressou o líder muçulmano ao jornal francês ‘Le Parisien’.            

Esta decisão foi respaldada por vários muçulmanos, como Khalid El Amrani, um técnico de 25 anos que indicou que é “normal” que a mesquita se negue a ajudar no enterro. “O que este homem (Kermiche) fez foi imoral, ele já não faz parte da nossa comunidade”, afirmou.

 

Do mesmo modo, o jornal ‘The New York Times’ informou que um grupo de muçulmanos e católicos se uniram em oração na sexta-feira, na mesquita de Saint Etienne du Rouvray, atendida pelo imã Anouar Kbibech, que também condenou o assassinato do Pe. Hamel.

“Vocês não fazem parte da humanidade”, expressou, fazendo menção aos terroristas. “Vocês têm uma ideia equivocada a respeito de nós (os muçulmanos) e não os perdoaremos”, assinalou.

Além disso, Kbibech chamou os muçulmanos para visitar as igrejas neste domingo e rezar como um gesto de solidariedade com os cristãos.

Em 26 de julho, os terroristas do Estado Islâmico (ISIS) Abdel Malik Nabil Petitjean e Adel Kermiche, ambos de 19 anos, entraram na igreja enquanto o sacerdote celebrava a Missa, fazendo reféns também duas religiosas e outras três pessoas.

Kermiche assassinou o Pe. Hamel com uma faca. Ambos os terroristas foram finalmente mortos pela polícia, que foi alertada por uma das religiosas que fugiu durante um descuido dos jihadistas.

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