Mais de duas mil pessoas participaram da ‘Caminhada pela Vida 2016’ de Lisboa, Portugal, no sábado. O evento contou com incentivo do Papa Francisco, que enviou uma mensagem na qual encoraja organizadores e participantes a “um renovado empenho na promoção dos verdadeiros valores humanos, morais e espirituais”.

Na carta, Francisco assinala a importância de “inspirar indivíduos, famílias e a sociedade portuguesa na busca do bem comum enraizado na concórdia, na justiça e no respeito pelos direitos da pessoa humana, desde a concepção à sua morte natural”, conforme cita a Agência Ecclesia.

O Pontífice reforça ainda que o que está em causa é “testemunhar a alegria do dom da vida e a beleza da família”. A missiva foi remetida pelo Substituto da Secretaria de Estado do Vaticano, Dom Angelo Becciu.

Neste ano, a ‘Caminhada pela Vida’, organizada pela Federação Portuguesa pela Vida, dedicou especial atenção aos temas da eutanásia e da maternidade e ficou marcada pelo lançamento da petição ‘Toda a Vida tem dignidade’.

A petição foi apresentada pelo coordenador-geral da Caminhada, José Maria Seabra Duque, em frente a Assembleia da República.

Diante dos presentes, Duque questionou: “Como é possível que em um país onde a maior parte da população ainda não tem acesso a cuidados paliativos e a cuidados continuados se discuta a legalização do homicídio a pedido da vítima?”.

No mês passado, uma petição intitulada ‘Pelo direito a morrer com dignidade’ foi entregue ao Parlamento português, com objetivo de legalizar a eutanásia no país.

Para José Maria Seabra Duque, cada cidadão deve “exigir ao Parlamento que cumpra a Constituição” e que “defenda a vida humana”.

Conforme indica a Agência Ecclesia, a petição ‘Toda a Vida tem Dignidade’ pede aos deputados “que não aprovem nenhuma medida contrária à dignidade da pessoa humana, sobretudo o suicídio a pedido e o homicídio a pedido da vítima (eutanásia)”.

O texto faz também um apelo a “mais apoios para os idosos e um aumento da rede de cuidados continuados e de cuidados paliativos”.

“Uma Sociedade baseada no Estado de Direito e no respeito pelos Direitos Humanos Fundamentais não pode ignorar nem calar-se perante as tentativas de ameaça ao Direito à Vida, de ameaça à Dignidade, e ameaça à Vida concreta de cada homem e de cada mulher”, declara o documento.

Defesa da maternidade

Durante a ‘Caminhada pela Vida 2016’, os manifestantes entoaram palavras de ordem tais como “Lisboa unida, caminha pela vida”, “Obrigado mãe” ou “As barrigas não se alugam”. Esta última expressão diz respeito diretamente à lei aprovada pelo Parlamento português na sexta-feira, que autoriza a barriga de aluguel.

O texto autoriza a barriga de aluguel em casos de infertilidade feminina vinculados à “ausência de útero, lesão ou doença deste órgão que impeça de forma absoluta e definitiva a gravides” ou “quando a situação clínica justificar”. De acordo com a lei aprovada a gravidez por substituição deverá ser “de forma excepcional e gratuita”.

Além disso, os deputados portugueses também aprovaram no mesmo dia o alargamento do acesso à Procriação Medicamente Assistida (PMA) e, com isso, passaram a permitir o recurso às técnicas de reprodução assistida para mulheres casadas, sozinhas ou em união de fato com outra mulher. Até então, tais recursos só eram autorizados aos casais ou uniões de fato heterossexuais.

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