O Papa Francisco recebeu na quinta-feira, 21, na Sala Paulo VI, 700 membros da Cáritas Itália por ocasião do 45° aniversário desta entidade, e os encorajou a levar “a ‘carícia’ misericordiosa do Senhor” aos mais necessitados, entre eles os imigrantes que esperam das comunidades cristãs uma resposta a seu apelo “discreto e persistente”.

Em seu discurso, Francisco recordou que Cristo pede de seus discípulos “o compromisso de um amor concreto a todo ser humano, com uma opção preferencial pelos pobres”. Nesse sentido, disse que Cáritas enfrenta a difícil tarefa de ser estímulo para que “toda a comunidade cresça na caridade e encontre caminhos sempre novos para aproximar-se dos mais pobres, capaz de ler e enfrentar-se as situações que oprimem milhões de irmãos, na Itália e no mundo”.

O Pontífice destacou o voluntariado que Cáritas promove e animou a trabalhar por uma legislação em favor do bem comum e da proteção dos grupos mais vulneráveis. “O Senhor sai ao nosso encontro nos rostos e nas histórias dos irmãos e irmãs mais necessitados”, afirmou.

“Está à porta do nosso coração, de nossas comunidades e espera que alguém responda seu apelo discreto e persistente: espera a caridade, ou seja, a ‘carícia’ misericordiosa do Senhor, através da ‘mão’ de sua Igreja. Uma carícia que expresse a ternura, a proximidade do Pai”, acrescentou.

Além disso, o Santo Padre recordou: “Diante dos desafios globais que semeiam medo, iniquidade, especulações financeiras, degradação ambiental e guerras, é necessário educar para o encontro respeitoso e fraterno entre culturas e civilizações para o cuidado da Criação e por uma ecologia integral”.

“Que seu orgulho seja sempre a vontade de individualizar as causas da pobreza, para tentar removê-las que se esforcem para prevenir a marginalização, que incidam nos mecanismos que geram injustiça, trabalhem contra toda estrutura de pecado. Trata-se de educar pessoas e grupos a estilos de vida conscientes a fim de que todos se sintam responsáveis por todos”, afirmou.

Do mesmo modo, assinalou que “o fenômeno das migrações, que hoje apresenta aspectos críticos que devem ser geridos com políticas orgânicas e previdentes, permanece uma riqueza e um recurso, sob diferentes pontos de vista. Que vocês favoreçam cada vez mais a integração entre populações estrangeiras e cidadãos italianos”.

Sobre a família, disse que esta “é constitucionalmente ‘Cáritas’, porque o próprio Deus a fez assim: a alma da família e de sua missão é o amor. Este amor misericordioso que eu recordei na Exortação Apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia, sabe acompanhar, discernir e integrar as situações de fragilidade”.

“As respostas mais completas a muitos males podem ser dadas pelas próprias famílias que, superando a tentação da solidariedade ‘curta’ e episódica, embora às vezes necessária, decidem colaborar entre si e com todos outros serviços de solidariedade do território, oferecendo os recursos de sua disponibilidade diária”, indicou.

Ao finalizar seu discurso, o Santo Padre encorajou a Cáritas Itália a fim de que “no mundo atual, complexo e interconectado, sua misericórdia seja atenta e informada, concreta e competente… mas também comunitária; acreditável em virtude de uma coerência que é testemunho evangélico... aberta a todos, atenta na hora de convidar os pequenos e os pobres do mundo a participar ativamente na comunidade. Porque os pobres são a proposta forte que Deus faz a nossa Igreja para que possa crescer no amor e na fidelidade”.

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