O Patriarca Latino de Jerusalém, Dom Fouad Twal, pediu à comunidade internacional que não esqueça o que acontece na Terra Santa, onde a população continua sofrendo as consequências da violência entre palestinos e israelenses e cujo episódio mais recente foi a explosão de um ônibus que causou o ferimento de 21 pessoas, na última segunda-feira.

A explosão ocorreu no sudoeste de Jerusalém. Segundo as autoridades israelenses, a bomba foi colocada na parte posterior de um ônibus vazio. Entretanto, o explosivo deixou 21 pessoas feridas que estavam perto do local. Duas delas estão em estado grave.

Em declarações difundidas pela Rádio Vaticano, o Patriarca disse: “Celebramos a Páscoa, mas sabemos que a Páscoa não chega antes de uma sexta-feira santa, antes de uma cruz, de uma via sacra, de um Gólgota, de um calvário”.

“Estamos um pouco tristes pois o nosso calvário começou e nunca terminou, estamos esperando o final desta sexta-feira que não chega, nos causa pena e dor ao ver que falta uma melhor atenção mundial sobre a Terra Santa e por ver tanto sofrimento”, expressou.

“A atenção mundial está sobre o ISIS (Estado Islâmico), a Síria e o Iraque estão um pouco em segundo plano para o mundo, continuamos elevando a voz para dizer a verdade tal qual, nunca perdemos a esperança, somos uma Igreja do calvário, somos também uma Igreja da Ressurreição, da alegria, da esperança, da solidariedade”, expressou nas declarações difundidas nesta segunda-feira.

Nesse sentido, Dom Twal se dirigiu aos cristãos do mundo inteiro para pedir-lhes que continuem visitando os Lugares Santos. “Não nos deixem sozinhos nesta situação que não é fácil. Tenham a coragem de nos visitar para rezar juntos por esta paz que todos nós precisamos”, expressou.

O Patriarca assinalou que a paz é necessária para todos na Terra Santa, sejam cristãos, muçulmanos ou judeus. “Necessitamos de paz para todos, para poder viver como bons vizinhos, não como inimigos”.

Por isso, exortou a aproveitar o Ano da Misericórdia: “Devemos viver esta misericórdia perdoando os outros. Além disso, a situação não acaba com guerra, devemos ter também um sentido de perdão, de colaboração, de confiança”.

Disse que antes de derrubar os muros físicos, devem derrubar os muros que existem “no coração do homem” e estes são “o ódio, o medo, a desconfiança, etc”.

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