Como alguém pode ajudar de forma prática do seu lar os cristãos perseguidos no Oriente Médio? O Pe. Luis Montes, sacerdote argentino do Instituto do Verbo Encarnado (IVE), que é responsável por uma missão religiosa no Iraque, propôs quatro formas práticas.

A guerra civil na Síria desde 2011 e o posterior auge do grupo terrorista Estado Islâmico (conhecido como ISIS ou Daesh) nesse país e no Iraque causaram milhares de mortes e centenas de milhares de deslocados e refugiados.

Em 17 de março deste ano, os Estados Unidos reconheceram que o Estado Islâmico comete genocídio contra os cristãos e outras minorias religiosas e étnicas no Oriente Médio. O Parlamento Europeu havia emitido semelhante pronunciamento um mês antes.

Em diálogo com o Grupo ACI, o Pe. Luis Montes recomendou quatro coisas práticas que uma pessoa sem acesso “aos poderes do mundo” pode realizar:

1. Oração: O Pe. Montes assinalou que, como cristãos, “nós acreditamos na oração, acreditamos em Cristo quando diz ‘o que pedires em meu nome o darei’. Por isso, o primeiro que pedimos para nós é o mais importante, e não são meras palavras, pedimos para que rezem”.

“Essa gente está sofrendo muitíssimo, apesar de sua fé provada e forte, estão sofrendo de forma impressionante, então devemos rezar por eles”, assinalou.

2. Difundir o que está ocorrendo no Oriente Médio: O sacerdote missionário sublinhou a importância de “divulgar o que está acontecendo” em países como o Iraque e a Síria.

“Não pode ser que esteja acontecendo um genocídio e no mundo demore meses e anos até que isso seja admitido. Não pode ser que nesta época de comunicações, quando cada celular é uma filmadora e há vídeos por todos lados, haja pessoas que desconhecem estas situações”, lamentou.

“Muitas vezes nos perguntam ‘como pode ser que decapitem crianças por ter escutado música ocidental?’. É obvio que isto acontece, isto é o que nós vivemos, faz parte do nosso dia a dia”.

O Pe. Montes disse que isto pode ser feito “em cada casa, na família, no trabalho, mas além disso estão as redes sociais”.

“Nós começamos nossa página no Facebook ‘Amigos do Iraque’; e nossos missionários na Síria, S.O.S. Cristãos na Síria; especialmente por isso, a fim de aquele que quiser possa receber a informação na mão. Por isso, não publicamos somente coisas de nossa missão, mas notícias de diversas agências relacionadas com o tema”.

3. Ajuda econômica: O missionário argentino indicou que embora, “nem todos possam colaborar economicamente, recebemos muitas vezes doações de cinco dólares, de três dólares, de um dólar”.

“E eu lhes digo, que esta doação está dirigida aos refugiados. Não há burocracia. Não temos nenhum tipo de organização. Deste modo, cada dólar que nos entregam é para ajudar uma criança que necessita”.

“Mas como nem todos podem ajudar financeiramente, pelo menos pedimos que divulguem esta necessidade a fim de que mais pessoas possam enviar sua ajuda”, assinalou.

4. Viver a caridade em casa: “Muitas pessoas pensam que é brincadeira quando lhes digo que vivam mais a caridade em suas casas”, disse.

O Pe. Montes advertiu que “o ódio que há no coração das pessoas, como vemos no Estado Islâmico, não é uma coisa que surge da noite para o dia. São pessoas que estiveram cedendo” e acolhendo o mal “em seus corações”.

“Devemos pensar ‘vou falar mal de um vizinho? Bom, não o faço pelos cristãos perseguidos. E em minha casa, me pedem um favor, pois o faço pelos cristãos perseguidos’”.

O missionário no Iraque recordou que a Beata Madre Teresa de Calcutá, que em breve será canonizada, “que conhecia acerca deste tema, disse que ‘a paz começa com um sorriso’. Pode parecer uma frase bonita, mas não é uma frase bonita”.

“Para nós, que vivemos rodeados de tanto ódio, sabemos que não é uma frase bonita, é algo muito real e que podemos mudar o mundo, mudando o próprio coração”, assegurou.

É possível entrar em contato com o Pe. Luis Montes e os missionários do IVE no Iraque e na Síria através das páginas do Facebook Amigos do Iraque e S.O.S. Cristãos na Síria.

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