O Presidente da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), Dom Diego Padrón, afirmou que a decisão do povo de dar à oposição o controle da Assembleia Nacional significa um “contundente rechaço” ao Socialismo do Século XXI e um passo decisivo para a recuperação do estado de direito e a reconciliação do país, a qual ajudará “a anistia para os detentos políticos e a volta dos exilados”.

Assim o expressou o Prelado esta quinta-feira durante o discurso de abertura da Assembleia Ordinária do Episcopado, onde afirmou que o país, mediante as eleições de 6 de dezembro “entrou em um processo de transição política que terá notáveis consequências sociais, econômicas, e inclusive psicológico-espirituais para a nação”.

Os comícios e a instalação do novo Parlamento “são uma ratificação da consciência civilista e democrática dos venezuelanos e um contundente rechaço do sistema representado pelo Socialismo do século XXI, do despotismo, militarismo, arbitrariedade e corrupção”; assim como “um passo decisivo para a reinstitucionalização do país e a independência dos Poderes públicos”.

“É um ponto de partida para a recuperação do estado de direito, a renovação e saneamento dos organismos do Estado, a revisão das políticas nacionais e a política internacional, seus acordos, convênios e negociações. Foi um alcance da unidade dos partidos e outras organizações políticas, unidade não só como estratégia, mas unidade de espírito, de objetivos e de mensagem”, acrescentou.

Mas sobre tudo, afirmou Dom Padrón, “é uma vitória” do povo que reclama mudanças reais a favor da liberdade, justiça, direitos humanos, saúde, segurança, economia e tantos outros campos.

Nesse sentido, disse que a nova Assembleia Nacional tem que dar ao povo “respostas satisfatórias, não porque irá mudar a economia, que é responsabilidade do Governo, mas sim porque corrigirá vícios e procedimentos irregulares e proporcionará leis que favorecerão a produção nacional, a liberdade de empresas e controlarão o fácil enriquecimento”.

“Tomará medidas que contribuam à distensão e à reconciliação nacional, como será a anistia para os detentos políticos e a volta dos exilados. Contribuirá com leis que corrigirão as políticas econômicas e castigarão a corrupção”, comenta o bispo.

“Com o concurso de todos, o país deve encaminhar-se progressivamente para a despolarização, o diálogo transparente e eficaz entre o poder executivo e o legislativo, entre o Governo e a Oposição e entre todos os venezuelanos, e para a recuperação econômica e a reconciliação nacional”, assinalou Dom Padrón.

“É tempo de reconstruir o país”, afirmou o Presidente do Episcopado venezuelano. “Cada Deputado e o conjunto da Assembleia alcançou uma ascensão na responsabilidade frente aos cidadãos e frente a Deus”, expressou o prelado.