ROMA, 7 de ago de 2015 às 19:00
Na última terça-feira, 4 de agosto, o Pe. Joseph Zhang Yinlin, foi ordenado aos 44 anos de idade como Bispo Coadjutor de Anyang, na província de Henan (China), com o mandato pontifício conforme o Código de Direito Canônico.
A cerimônia celebrada na Catedral do Sagrado Coração em Anyang foi presidida pelo Bispo local, Dom Thomas Zhang Huaixin, de 90 anos. Entre os concelebrantes estiveram o Bispo de Haimen, Dom Joseph Shen Bin; o Bispo de Zhoucun, Dom Joseph Yang Yongqiang; e o Bispo de Xuzhou, Dom Wang Renlei; todos eles estão em comunhão com a Santa Sé e reconhecidos pelo governo chinês.
Os prelados que não são reconhecidos pelo Vaticano não compareceram na ordenação.
De acordo com o site oficial da Igreja Católica de Henan, a Missa de ordenação foi concelebrada por 75 sacerdotes, contou com a presença de 1.400 pessoas, entre elas 120 religiosas.
Segundo uma fonte da Igreja, as autoridades limitaram o número de participantes a 25 pessoas por cada uma das 17 paróquias da diocese. Outra fonte disse à Agência UCA News que aquelas pessoas que estavam sem identificação não podiam entrar. “A revisão por parte dos seguranças é rigorosa, tal como no aeroporto. Desta maneira, fomos revistados duas vezes”, indicou.
A fonte acrescentou que apesar da chuva, o governo contou com a presença de “centenas de policiais e bombeiros a fim de manter a ordem no local”.
Do mesmo modo, um sacerdote que concelebrou a Missa disse à UCA News que aproximadamente 500 pessoas foram impedidas pelas autoridades de comparecer nesta cerimônia e tiveram que assistir Eucaristia através dos televisores que foram colocados nos salões paroquiais.
O novo Bispo
Nascido em Henan em 1971, Joseph Zhang Yinlin estudou no Seminário Nacional de Beijing entre 1992 e 1996. Após sua ordenação sacerdotal em 1996, o Pe. Zhang foi enviado como vigário geral, assessorando o bispo Dom Thomas Zhang Huaixin.
O Pe. Zhang foi eleito Bispo Coadjutor no dia 29 de abril deste ano. Sua ordenação foi aprovada pelo Vaticano. Atualmente a Diocese de Anyang tem dois bispos, 30 sacerdotes, 120 religiosas e 40.000 membros.
Um sacerdote local disse à UCA News que a ordenação é um bom início para a Igreja em Henan e também para a Igreja na China. “Este é um novo começo para a Diocese de Anyang”, afirmou.
Esta ordenação no dia 4 de agosto foi a primeira cerimônia depois de três anos e a primeira desde que o Vaticano e a China restabeleceram seu diálogo em junho de 2014. O fato não resultou ainda no restabelecimento completo das relações diplomáticas. O Vaticano exige que o governo Chinês reconheça a autoridade de Roma sobre a Igreja Católica, o que ainda não foi acatado por Pequim.
Outro candidato aprovado pelo Vaticano para ser bispo foi o Pe. Cosmos Ji Chengyi, de Zhumadian, localizada na mesma província de Henan, também esteve presente nesta cerimônia. A data da sua ordenação ainda não foi anunciada.
Vale recordar que na China a prática do catolicismo não é proibida, porém supervisionada pelo governo comunista Chinês que estabeleceu uma espécie de Igreja paralela, a Associação Patriótica Chinesa (APC). Nela os bispos são escolhidos pelo governo, e não pelo Papa, e recebem de maneira válida mas ilícita a Ordenação Episcopal, o que leva consigo a pena de excomunhão automática para ordenantes e o ordenado. A Igreja fiel ao Papa é constantemente assediada pelos comunistas que expulsaram os clérigos do país ao tomar o poder em 1955 e cortou os laços diplomáticos com a Santa Sé.