VATICANO, 23 de abr de 2005 às 11:43
Durante o discurso dirigido aos milhares de jornalistas reunidos no Sala Paulo VI o Santo Padre destacou seu agradecimento aos meios de comunicação, e ao mesmo tempo marcou as linhas sobre as quais deve realizar-se o serviço de comunicar. O Papa Bento XVI deu seu discurso em italiano, inglês, francês e alemão.
“Obrigado pela vossa visita e particularmente pelo serviço que realizastes nestes dias à Santa Sé e à Igreja Católica. Uma cordial saudação dirijo ao Dom John Patrick Foley, Presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais”, disse ao começar seu discurso.
Aos milhares de representantes dos meios de comunicação disse “sei bem quanta fadiga significou para vós, obrigados a permanecer longe de suas famílias e lares, trabalhando com horários prolongados e em condições nem sempre cômodas. Sou ciente da competência e a dedicação com as que realizastes esta não fácil tarefa”.
Citando o Concílio Vaticano II se referiu aos meios de comunicação como aqueles que “por sua própria natureza estão em condições de alcançar e mobilizar não só alguns homens, mas às próprias multidões e à inteira humanidade”. Continuou dizendo que “ciente da vossa missão e da importância da média, a Igreja, especialmente a partir do Concílio Vaticano II, procurou a colaboração com o mundo da comunicação social. Grande artífice deste diálogo aberto e sincero foi sem lugar a dúvidas também João Paulo II que com vós, operadores das comunicações sociais, manteve ao longo de mais de 26 anos de Pontificado, constantes e fecundas relações”. Citando então a Carta Apostólica do defunto Pontífice João Paulo II, “O rápido desenvolvimento”, afirmou que “a nossa é uma época de comunicação global, onde tantos momentos da existência humana resolvem-se através de processos mediáticos, ou pelo menos se devem confrontar com eles... O fenômeno atual das comunicações sociais impulsiona à Igreja a uma sorte de revisão pastoral e cultural para que esteja em grau de confrontar em modo adequado a passagem de época que estamos vivendo”.
Em relação ao reto uso dos meios de comunicação o Santo Padre afirmou que “para que estes possam exercer um serviço positivo ao bem comum, precisa da contribuição responsável de todos e de cada um. É necessária uma sempre melhor compreensão das perspectivas e das responsabilidades que seu desenvolvimento comporta em ordem aos reflexos, que de fato se verificam, sobre a consciência e sobre a mentalidade dos indivíduos, como sobre a formação da pública opinião”. Continuou dizendo que “não é possível não pôr em evidência a necessidade de claras referências à responsabilidade ética de quem trabalha nesse setor, especialmente no referente à sincera busca da verdade e a salvaguarda da centralidade e da dignidade da pessoa. Somente com essas condições a mídia pode responder ao intuito de Deus”.
Finalmente Bento XVI repartiu sua bênção e confiou os presentes à María, “celestial Mãe de Cristo”.