Alegando problemas de saúde, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, suspendeu sua viagem ao Vaticano (Itália), onde deveria ser recebido pelo Papa Francisco numa audiência privada, no último domingo.

"Precisei suspender a viagem a Roma devido a uma forte infecção no ouvido, os médicos me proibiram de entrar em um avião. Me obrigaram a ficar em repouso", declarou Maduro neste sábado a um canal de televisão venezuelana.

“Fico com dó, mas há motivo. Peguei uma gripe forte e uma otite, os médicos me proibiram de entrar em um avião e fazer uma viagem assim", declarou o presidente e também disse que buscaria uma nova data para o encontro com o Santo Padre.

Maduro cancelou sua viagem no mesmo dia em que membros da oposição começaram uma vigília na igreja de Chiquinquirá (Caracas), para pedir ao Papa Francisco que intercedesse pelos presos políticos durante a audiência com o presidente venezuelano. A exigência para que a Venezuela libere os presos políticos é apoiada também por ex-presidentes de setenta países pertencentes ao Clube de Madri.

Entre os presos políticos na Venezuela está o comandante de Vontade Popular, Leopoldo López; o ex-prefeito de San Cristóbal, Daniel Ceballos e o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma.

Na última quinta-feira, a Comissão de Justiça e Paz da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), divulgou um comunicado para denunciar forma humilhante de tratamento usada pelo governo ao ex-prefeito de San Cristóbal, Daniel Ceballos, no momento de transladá-lo à outra prisão, sem avisar aos seus familiares e advogados.

A comissão episcopal também exigiu ao regime do presidente Nicolás Maduro que respeite os direitos de Ceballos e de todos os presos políticos, a reunir-se com seus advogados e familiares. Além disso pediu que órgãos humanitários cuidem do estado de saúde de Ceballos e de Leopoldo López, devido à greve de fome que estão fazendo.