Um novo escândalo de corrupção golpeou o coração do mundo do esporte há poucos dias, quando autoridades da FIFA (Federação Internacional de Futebol) foram presos na Suíça. Após o fato, e a eleição de uma nova presidência, uma autoridade vaticana destacou a importância de fomentar um “futebol limpo”.

Na madrugada da última quarta-feira, dia 27 de maio, a Polícia Suíça prendeu sete dos principais responsáveis pela FIFA, entidade que governa as federações de futebol no mundo inteiro.

“Os sete membros da FIFA que foram presos, estão sendo acusados de receber subornos e comissões de representantes da mídia e firmas de promoção esportivas por mais de cem milhões de dólares”, informou o Ministério da Suíça. Em troca, os que ofereciam os pagamentos recebiam direitos mediáticos e de publicidade ligados aos torneios de futebol na América Latina.

A autoridade suíça analisa o caso junto a Procuradoria de Nova Iorque (Estados Unidos).

A pesar do escândalo, que motivou que a União de Associações de Futebol Europeias (UEFA) solicitar que fossem postergadas as eleições, estas foram realizadas. Joseph Blatter, ganhador da eleição, se mantém durante o quinto período consecutivo como presidente da entidade.

O Vaticano, há algum tempo, está dando uma atenção especial ao mundo do esporte, desenvolvendo iniciativas que reforçam ainda mais a importância do entretenimento para adolescentes e jovens, como também para os adultos. Por isso, não é alheio a tudo o que acontece neste âmbito.

Em declarações ao Grupo ACI, o Subsecretário do Pontifício Conselho da Cultura e Diretor da seção Cultura e Esporte, Monsenhor Melchor Sánchez de Toca, perguntou-se: “Existe alguém surpreendido por esta notícia? Pois a cada ano, aproximadamente por estes meses, aparece um novo escândalo de corrupção que vem do mundo do esporte, do futebol ou de outros. São um dos grandes males que atormentam o esporte”.

Monsenhor Sánchez de Toca recordou: “Outras vezes também houve corrupção, violência nos estádios inclusive com vítimas, dopagem dos esportistas, jogos fraudados, mercantilização do esporte, abusos de menores nos vestiários...”.

A autoridade vaticana destacou: “O esporte é a expressão do mais nobre que existe no homem e ao mesmo tempo de sua decomposição. E como a decomposição de todas as coisas boas, isto também apresenta seu lado pior”.

“Acho que é evidente que o mundo do esporte não é somente capaz de superar esses problemas, mas também é preciso alianças entre os distintos setores da sociedade. Por exemplo, na Itália existe uma rede de 7 mil oratórios nas paróquias que são autênticas escolas de um futebol limpo”, sublinhou a autoridade vaticana.

Há poucas semanas o Papa Francisco falou precisamente da contribuição do esporte à sociedade. Ao receber os dirigentes e atletas da sociedade esportiva da Lazio (zona sul de Roma), o Pontífice afirmou: “Na realidade, o verdadeiro esporte favorece a construção de um mundo mais fraterno e solidário, contribuindo à superação de situações de injustiça e de um mal-estar humano e social”.

“Graças à Deus temos os exemplos bons de homens e mulheres esportistas, também grandes campeões, que não deixaram nunca de viver a fé e o serviço ao próximo”, acrescentou o Santo Padre nesta ocasião.