A Santa Sé divulgou que reconhecerá oficialmente o Estado da Palestina após a assinatura do Acordo sobre a atividade da Igreja Católica no país. A informação foi dada pelo Subsecretário para as Relações com os Estados, Monsenhor Antoine Camilleri, numa entrevista concedida ao jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano.

“Espero que o acordo alcançado possa de alguma forma ajudar os palestinos a ver estabelecido e reconhecido um Estado da Palestina independente, soberano e democrático que viva em paz e segurança com Israel e seus vizinhos”, expressou Mons. Camilleri.

Mons. Camilleri disse ao jornal L’Osservatore Romano: “O Acordo ao mesmo tempo busca encorajar a comunidade internacional a agir de maneira incisiva a favor da paz duradoura e da desejada solução dos dois Estados”.

Este acordo seria uma excelente contribuição para a paz e a estabilidade numa região há muitos anos afetada por conflitos, por isso a Santa Sé e a Igreja local querem colaborar neste caminho de diálogo e de paz”.

Do mesmo modo, em um comunicado oficial do Vaticano anunciou: “A última reunião da Comissão bilateral do Vaticano e do Estado da Palestina já terminou e foi presidida por Mons. Camilleri e pelo Embaixador Rawan Sulaimán, Vice-ministro das Relações Exteriores para Assuntos Multilaterais do Estado da Palestina.

“Ambas partes coincidiram em que o trabalho da Comissão sobre o texto do Acordo foi concluído e será apresentado as autoridades respectivas para sua aprovação antes de fixar uma data para a assinatura em um futuro próximo”, indica o texto.

No marco deste anúncio, o presidente da Palestina, Mahmoud Abbas é esperado no Vaticano no sábado, para um encontro com o Papa Francisco, a reunião viria acontecer um dia antes da canonização de quatro novos santos, dois deles nascidos nos territórios palestinos.

O anúncio do reconhecimento do Estado da Palestina por parte do Vaticano é conforme ao que a Santa Sé já sustentou em outras ocasiões tanto através do Papa Bento XVI como pelo Papa Francisco, que no ano passado em Belém fez menção à convivência pacífica de dois estados.

Na ocasião, o Santo Padre disse: “Chegou o momento de que todos tenham a audácia da generosidade e da criatividade ao serviço do bem, o valor da paz, que se apoia no reconhecimento de todos, do direito de dois Estados existirem e disfrutarem de paz e segurança dentro de uns limites reconhecidos internacionalmente”.