O ministro italiano Rocco Butiglione, amigo pessoal e conselheiro de João Paulo II, assegurou que a incrível reação do mundo frente à morte do Papa é uma amostra do testemunho de um homem que "encontrou seu Salvador e por isso se fez profundamente humano".

Em uma entrevista concedida ao semanário espanhol Alba, Butiglione afirmou que "o que atraiu a milhões de pessoas é a mensagem de que existe uma vida diferente e que essa vida diferente é possível embora sejamos pecadores. O testemunho de João Paulo II é o testemunho de alguém que ficou a caminho na busca da vida eterna", indicou.

Butiglione assinalou também que para entender as grandes coisas que este Papa fez devemos nos introduzir no segredo de sua personalidade e de sua humanidade. Acrescentou que recentemente João Paulo II escreveu um poema no qual dizia: "Esperava sua forma para encontrar a inquietação do mundo", referindo-se a Cristo que quer entrar no tempo para encontrar a inquietação dos homens.

"É o Totus Tuus de Maria e também o de João Paulo II que faz possível uma fecundidade inusitada que permite a fidelidade e a entrega à presença do outro", explicou.

Sobre o discurso social do Santo Padre, o ministro assinalou que "muitos pensavam que a Igreja era um elemento super-estrutural e além não muito importante. Só para mulheres e para velhos que não tinham outra esperança. Certamente não para jovens. Com este Papa, a presença da Igreja se transformou no centro pulsante deste mundo".

Finalmente, o ministro de Política Comunitária recordou que João Paulo II foi um verdadeiro impulsionador da autêntica democracia porque durante seu Pontificado promoveu a defesa dos direitos humanos e os processos de democratização não só no Leste Europeu, mas também na África e América Latina.