O Cardeal Fernando Filoni, enviado especial do Papa Francisco para o Iraque, pediu à comunidade internacional que continue com a assistência solidária e inclusive com a ajuda política para proteger às minorias religiosas –entre elas cristãos-, que temem pelo avanço dos jihadistas do Estado Islâmico.

Em declarações à Rádio Vaticano, o Cardeal, que está em Irbil (a capital do Curdistão iraquiano), disse que entre os refugiados há temor ainda pelo avanço do movimento extremista muçulmano.

O Cardeal Filoni indicou que as autoridades locais manifestaram a dificuldade de contar com os instrumentos para defender suas terras e a sua população. “Deste ponto de vista se pede ajuda à solidariedade internacional” com pontes aéreas, “mas também de um ponto de vista político e militar: as autoridades são muito sensíveis em pedir ajuda internacional, porque obviamente o Curdistão” não tem toda a capacidade para ajudar a tanta gente.  

Porém, assinalou o cardeal, o presidente do Curdistão iraquiano, Barzani, expressou seu compromisso de defender “até o fim” a sua terra e com ela os cristãos e as minorias que ali vivem.

ONU eleva o nível de emergência

Por sua parte, o representante especial das Nações Unidas para o Iraque, Nickolay Mladenov, informou que se declarou o máximo nível de emergência neste país com o fim de facilitar “a mobilização de recursos adicionais em produtos, fundos e ativos para garantir uma resposta mais efetiva às necessidades humanitárias das populações afetadas pelos deslocamentos forçosos".

Do mesmo modo, o representante da UNICEF no Iraque, Marzio Babille, disse que junto com outras organizações humanitárias estão buscando responder às necessidades daqueles que fogem do monte Sinyar, além dos 12.000 cristãos refugiados em Irbil.

Jane Pearce, diretora do Programa Mundial de Alimentos, assinalou que a situação também é grave em Dahuk, com 400.000 deslocados devido aos ataques do Estado Islâmico.

Junto ao Iraque, a ONU mantém o nível três de emergência na Síria, Sudão do Sul e República Centro-africana.