O Presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, Dom Claudio Maria Celli, afirmou durante um seminário de comunicação para bispos da América Central e do Caribe realizado em Havana (Cuba), que a conexão da Internet deve ir acompanhada de um verdadeiro encontro que transmita às pessoas a ternura de Deus.

“Não basta estar conectados, é necessário que a conexão vá acompanhada de um verdadeiro encontro. Precisamos de ternura. Nossos meios são convidados a comunicar a ternura de Deus para as pessoas. Não somos uma rede de cabos, mas de pessoas humanas”, enfatizou o Prelado.

Durante o evento, a autoridade vaticana assinalou que a pastoral da comunicação deve ter em conta o aumento do número de “nativos digitais”, quer dizer, aquelas pessoas que nasceram durante ou depois da revolução tecnológica e que fazem das novas tecnologias parte de sua vida cotidiana. “Nosso problema não é como nos aproximamos da realidade de hoje, mas como nos preparamos para os próximos anos, como acompanhamos este caminho e nos preparamos pastoralmente”, explicou.

Nesse sentido, indicou que houve um discernimento prévio antes de abrir a conta do Twitter @Pontifex. O desafio é “descobrir, com audácia e prudência, as formas mais adequadas e eficazes de comunicar a mensagem evangélica aos homens de nosso tempo”, e assegurou que a dimensão primitiva da comunicação evangelizadora é o testemunho.

Dom Celli disse que o magistério da comunicação passou de uma visão instrumental dos meios de comunicação a uma visão ambiental, pois os meios criam um ambiente de vida, o continente digital, onde vivem centenas de milhões de pessoas. “Eu não utilizo a Internet para evangelizar, mas evangelizo na Internet, habitando na Internet. Isto supõe uma mudança cultural de visão”, destacou.

Durante a sua exposição, a autoridade vaticana também aprofundou em alguns conceitos que o Papa Francisco destacou em sua mensagem para a Jornada Mundial das Comunicações Sociais, onde assinala que a comunicação é, definitivamente, uma conquista mais humana que tecnológica, e o poder da comunicação é a sua proximidade, vista da perspectiva da parábola do Bom Samaritano.

O representante vaticano concluiu afirmando que 60 milhões de pessoas recebem os tweets do Papa. “Isso significa entrar em diálogo, acompanhar o caminho dos seres humanos; uma Igreja que acompanha no caminho sabe colocar-se no caminho com todos, sem exclusões”, indicou.

Por sua parte, o Bispo de Holguín (Cuba), Dom Emilio Aranguren, expôs sobre a “Espiritualidade de comunhão e conversão pastoral”, onde afirmou que uma espiritualidade compartilhada e de comunhão será fundamental para conseguir a “verdadeira travessia” da mudança que implica a conversão pastoral “sem que nenhuma ovelha fique para trás”.

O Prelado assinalou que a evangelização “é fazer que a Boa Notícia de Jesus Cristo vá suscitando o encontro entre as pessoas em comunhão de vida e de fé”.