Em sua primeira Exortação Apostólica, Evangelii Gaudium (O Gozo do Evangelho), o Papa Francisco assinala que a secularização reduziu a fé e a Igreja a um âmbito privado e íntimo, nega toda transcendência, provoca uma deformação ética, e o enfraquecimento do sentido do pecado pessoal e social, assim como o progressivo aumento do relativismo que desorienta a adolescência e a juventude, por isso é necessário ensinar a pensar criticamente para oferecer um caminho de "amadurecimento nos valores".

Para explicar isto o Santo Padre recorda a reflexão dos Bispos norte-americanos onde assinalam que há aqueles que dizem que a Igreja "insiste" em promover normas morais objetivas que são "injustas" e "opostas aos direitos humanos básicos" criando nas pessoas um "convencionalismo particular" e que a sua vez interfere na liberdade individual.

Este tipo de pensamento, diz o Papa, deve-se à "forma de relativismo moral, que se une consistentemente a uma confiança nos direitos absolutos dos indivíduos".

Na exortação ressalta também que a saturação indiscriminada de informação produz "uma tremenda superficialidade no momento de enquadrar as questões morais".

Em outra parte do documento menciona que "numa cultura onde cada um pretende ser portador duma verdade subjetiva própria, torna-se difícil que os cidadãos queiram inserir-se num projeto comum que vai além dos benefícios e desejos pessoais", prejudicando não só à Igreja, mas também à vida social.

Além disso, o Papa fala do relativismo que se desenvolve nos agentes pastorais que "aparentemente dispõem de sólidas convicções doutrinais e espirituais", mas seu estilo de vida faz com que se agarrem ao poder, à glória humana, à segurança econômica, "em vez de dar a vida pelos outros na missão".

"Este relativismo prático é agir como se Deus não existisse, decidir como se os pobres não existissem, sonhar como se os outros não existissem", explica em sua exortação.