A porta-voz de Direito a Viver, Gádor Joya, sublinhou que o fim do aborto é "um instrumento crucial" para "combater com garantias a queda demográfica espanhola, assegurar o futuro da nação e o sustento do estado de bem-estar".

Gádor Joya assinalou que o número de abortos que se produziram em 2011 --um total de 118.359, segundo os dados do Ministério de Sanidade-- "é equivalente aos 72 por cento da perda de população descrita pelo INE em 2012". Do mesmo modo, destacou que cada dia morrem na Espanha 300 crianças a causa do aborto.

A porta-voz da organização recordou que a Espanha é "o único país da União Europeia que mostra uma tendência crescente no número de abortos". Neste sentido, manifestou que os últimos dados oficiais apresentados em 2011 pelo Ministério de Sanidade, revelam que o aborto cresceu 4,8 por cento com respeito a 2010.

Além disso, apontou que a Espanha é o quarto "pior país" em número de nascimentos, com uma redução em quatro anos de 12,8 por cento; assim, o indicador conjuntural de fecundidade --o número de filhos que teria cada mulher ao longo de sua vida-- descendeu 1,32 por cento, o que significa dois décimos com respeito ao ano passado.

Neste sentido, Joya lamentou que a substituição geracional na Espanha "não seja possível nos dias de hoje", tendo em conta cifras como 2,1 filhos por mulher. "O aborto supõe matar mais da metade das crianças que faltam", assegurou.

Ante estes números, a porta-voz da organização insistiu ao Presidente do Governo, Mariano Rajoy, a que "derrogue já a lei do aborto de 2010, que apresente uma norma de aborto zero e articule as medidas necessárias de apoio à maternidade", pois, segundo ela, a maioria das mulheres "não abortariam se não estivessem sendo abandonadas e pressionadas pela sociedade".