Em uma mensagem lida ontem pelo Secretário de estado, Cardeal Angelo Sodano, o Papa João Paulo II se dirigiu aos participantes da conferência que, com motivo do 40º aniversário da Constituição Pastoral "Gaudium et spes", celebra-se no Vaticano nestes dias.

Depois de recordar o tema do simpósio, "O chamado à justiça", o Santo Padre escreve que "em ocasiões, os enormes progressos da ciência e da tecnologia podem levar a esquecer questões fundamentais de justiça, apesar da aspiração comum a uma maior solidariedade entre povos e a uma estruturação mais humana das relações sociais".

O Papa destacou que "o triste perdurar de conflitos e as repetidas manifestações de violência em muitíssimas partes do mundo constituem a prova por contraposição da inseparável relação que existe entre justiça e paz, segundo o ensino fundamental proposto com valente claridade na 'Gaudium et spes'. Neste sentido, desejo reafirmar uma vez mais que a paz é obra da justiça: nasce de fato dessa ordem sobre o que o divino Fundador quis que fora edificada a sociedade humana".

"Portanto -pergunta-se-, como é possível não alentar àqueles homens e mulheres de boa vontade que põem todo seu empenho em criar as condições para uma maior justiça no mundo? A paz autêntica na terra suporta, de fato, a firme determinação de respeitar os demais, indivíduos e povos, em sua dignidade, e a constante vontade de incrementar a fraternidade entre os membros da família humana".

O Pontífice concluiu sua mensagem referindo-se à necessidade de "não esquecer nunca a virtude do amor que leva a perdão, à reconciliação e que anima o compromisso cristão a favor da justiça. De todos os modos, é indubitável que o tema da justiça é fundamento de toda ordem social reta".