Respondendo a um convite que a guerrilha narcoterrorista das FARC fez aos Bispos do país para participar dos diálogos em Cuba, o Presidente da Conferência Episcopal da Colômbia, Cardeal Rubén Salazar, disse que "não temos nada que a fazer em Havana. A Igreja Católica cumpre sua missão fundamentalmente aqui na Colômbia e nós aqui respondemos por tudo o que significa gerar um clima de paz".

Em declarações à imprensa na manhã de ontem, 14 de fevereiro, o Cardeal explicou que "não temos nenhum papel na mesa de negociação" e insistiu em que "de todas as formas, (…) estamos sempre dispostos a fazer tudo o que esteja ao nosso alcance para ajudar a gerar um clima de paz".

Do mesmo modo, defendeu que não deve ser a guerrilha quem os convide e assegurou que a Igreja é "muito consciente" de qual deve ser sua tarefa e "portanto onde e como" deve participar.

Conforme informa a agência EFE, em uma carta dirigida ao presidente da Conferência Episcopal e assinada pelo chefe negociador das FARC, Luciano Marín, conhecido como "Iván Márquez", a guerrilha convidou ontem os bispos colombianos para conversar sobre "a guerra e a paz" em Havana.

"Muito comedidamente, estendemos aos bispos, de Havana, nosso convite para conversar sobre a guerra e a paz, e as ideias que pudessem nos levar a uma solução menos cruenta a este longo conflito social e armado que confronta os colombianos", diz a carta.

O Cardeal Salazar assegurou que ele, como presidente da Conferência Episcopal, não recebeu "nenhum convite formal" da guerrilha e assim, em sua opinião, "essa notícia não tem nenhum caráter oficial".

O Cardeal se referiu também à libertação de dois peruanos e três colombianos anunciadas ontem pelo Exército de Liberação Nacional (ELN), ainda a serem confirmadas pelas autoridades colombianas.

"Alegra-me que o ELN tenha declarado que já as libertou mas também tem a obrigação de dar-lhes as condições para chegar aonde foram tomadas e facilitar-lhes o regresso", concluiu o também Arcebispo de Bogotá.