Às 13h45 (horário local) deste 14 de setembro, o Papa Bento XVI chegou ao aeroporto internacional "Rafiq Harir" de Beirute, Líbano, inaugurando assim sua 24ª visita apostólica como Sucessor de Pedro. O Papa está no país para entregar a Exortação Apostólica pós-Sinodal preparada após da Assembleia Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos ocorrida em Roma em 2010. Em seu discurso de chegada Bento XVI afirmou que chega ao Líbano “como peregrino de paz, como amigo de Deus e como amigo dos homens”.

À sua chegada, Bento XVI agradeceu pelo convite feito pelos prelados do Líbano assim como o das autoridades do governo Libanês e sublinhou: “outro motivo da minha visita é a assinatura e entrega da Exortação apostólica pós-sinodal da Assembleia Especial para o Médio Oriente do Sínodo dos Bispos, Ecclesia in Medio Oriente. (...) Destinada ao mundo inteiro, a Exortação propõe-se ser para eles um roteiro para os anos futuros”.

“A convivência feliz de todos os libaneses deve demonstrar a todo o Médio Oriente e ao resto do mundo que, dentro duma nação, pode haver colaboração entre as diversas Igrejas – todas elas membros da única Igreja Católica – num espírito de comunhão fraterna com os outros cristãos e, ao mesmo tempo, a convivência e o diálogo respeitoso entre os cristãos e os seus irmãos de outras religiões”, afirmou o Pontífice.

Entretanto, o Papa ressaltou que “que este equilíbrio, que é apresentado em toda a parte como um exemplo, é extremamente delicado. Por vezes ameaça romper-se, quando está esticado como um arco ou sujeito a pressões que são muitas vezes de parte ou interessadas, contrárias e estranhas à harmonia e suavidade libanesa”.

“Então é preciso dar provas de real moderação e grande sabedoria; e a razão deve prevalecer sobre a paixão unilateral para favorecer o bem comum de todos”, afirmou.

“Venho também para vos dizer como é importante a presença de Deus na vida de cada um e como a forma de viver juntos – esta convivência de que o vosso país quer dar testemunho – só será profunda se estiver fundada sobre uma visão acolhedora e uma atitude de benevolência para com o outro, se estiver enraizada em Deus que deseja que todos os homens sejam irmãos”, enfatizou o Papa.

“Os laços entre o Líbano e o Sucessor de Pedro são históricos e profundos. Senhor Presidente e queridos amigos, venho ao Líbano como peregrino de paz, como amigo de Deus e como amigo dos homens. «Salami -Aleikum– dou-vos a minha paz», diz Jesus Cristo (Jo 14, 27). E hoje, além do vosso país, dirijo-me em espírito também a todos os países do Médio Oriente como peregrino de paz, como amigo de Deus e como amigo de todos os habitantes de todos os países da região, independentemente da sua filiação e da sua crença. Também a eles Jesus Cristo diz: «Salami -Aleikum». As vossas alegrias e as vossas tribulações estão continuamente presentes na oração do Papa, pedindo a Deus que vos acompanhe e console”.

“Posso assegurar-vos que rezo de maneira particular por todos os que sofrem nesta região, e são tantos! A estátua de São Maron recorda-me aquilo que vós viveis e suportais”, concluiu o Santo Padre.

O primeiro evento com a presença do Papa no país será a visita à Basílica de São Paulo, em Harissa e a Assinatura da Exortação Apostólica Pós-Sinodal.