A Comissão Permanente da Conferência Episcopal Argentina (CEA), pediu ao Congresso modificar o projeto do novo Código Civil para evitar que se destrua a família e o direito à vida dos nascituros, pois o texto promove o aborto, a eutanásia e o divórcio express.

"Alguns seres humanos em gestação não terão direito a ser chamados ‘pessoas’; vai ser legitimado a promoção do ‘aluguel de barriga’ que coisifica à mulher, o congelamento de embriões humanos por tempo indeterminável, podendo inclusive ser descartados ou utilizados com fins comerciais e de investigação. Os laços afetivos matrimoniais ficarão debilitados e desvalorizados", advertiram os bispos.

No documento "O Código Civil e nosso estilo de vida" difundido na terça-feira, os bispos recordaram que toda reforma legislativa afeta a cultura e a vida diária de uma nação.

Indicaram que o texto que querem aprovar inclui um modelo de família com tendência individualista oposto aos critérios evangélicos e aos valores sociais fundamentais "como a estabilidade, o compromisso pelo outro, o dom sincero de si, a fidelidade, o respeito à própria vida e a do próximo, os deveres dos pais e os direitos das crianças".

Nesse sentido, assinalaram que a Argentina necessita uma sociedade "na qual se fomentem os vínculos estáveis e aonde se dê prioridade à proteção das crianças e dos mais indefesos" e asseguram que "é necessário que reconheçamos e demos proteção jurídica a toda vida humana desde a concepção, e que recordemos que nem tudo o que é cientificamente possível é eticamente aceitável".

Do mesmo modo, informou-se que com o fim de oferecer as contribuições da CEA à reforma do Código Civil, o Presidente do Episcopado, Dom José María Arancedo, participou ontem, dia 23, no debate realizado na Comissão Bicameral do Congresso da Nação.