Já está à venda na Alemanha, Suíça, Áustria e Liechtenstein um controvertido teste que detecta a Síndrome do Down e que na opinião de seus críticos incrementaria o número de abortos nesses países.

A polêmica prova já está em 70 clínicas e consultórios dos países mencionados, conforme informa o fabricante alemão LifeCodexx.

O teste, que será aplicado a mulheres grávidas na 12º semana, mostra a presença da Trissomia 21, que quer dizer a existência de um terceiro cromossomo no par 21, o que gera a Síndrome de Down.

Conforme assinala AP, o delegado para as pessoas com deficiências do governo alemão, Hubert Hüppe, exigiu a proibição da prova argumentando uma incompatibilidade com o marco legal atual. Entre os críticos se encontram também associações éticas e instituições religiosas que veem um grande perigo de seleção dos nascituros.

Ante os protestos, o estado federado de Baden-Württemberg, sede alemã do fabricante e por isso competente na matéria, decidiu não proibir a prova por considerar que a controvertida prova não vai contra a lei do diagnóstico genético.

Conforme assinala AP, LifeCodexx considera que a prova, que leva o nome do Prenatest, poderia reduzir o número dos abortos "notavelmente" e "salvar a vida de até 700 crianças só na Alemanha, que morrem ao ano derivados de complicações por análises invasivas".

Desde as organizações pertencentes à Federação Internacional da Síndrome de Down procuraram convencer a Corte Europeia dos Direitos humanos que não reconheça esse método entendendo que se deve preservar o direito à vida das pessoas que possuem Trissomia 21.

A nova prova aparece quando em outros países europeus como na Espanha há uma grande batalha para que o governo elimine completamente o aborto, especialmente o eugênico que tem como suas principais vítimas aos nascituros com Síndrome do Down.

De acordo com o Dr. Esteban Rodriguez Martín, os exames de detecção pré-natal de crianças com Síndrome de Down que ocasionaram anualmente mais de 85 por cento "estejam sendo eliminados mediante o aborto eugênico, naqueles países onde a vida humana antes do parto carece de amparo legal".

Em declarações ao grupo ACI em junho, Rodríguez Martín denunciou que em países como a Espanha, assim que se detecta a alteração cromossômica que causa a Síndrome de Down, "seu segredo genético é delatado a seus progenitores para que estes decidam se solicitam ou não sua eliminação que pode ser feita no próprio sistema de saúde público".

O doutor Esteban Rodríguez Martín indicou que atualmente diversas fundações procuram sensibilizar à sociedade sobre a dignidade das pessoas com Síndrome de Down.

"Na Espanha, através de Direito a Viver e HazteOír pretendemos que a nova regulação do aborto, anunciada pelo governo de Mariano Rajoy, proteja a vida das pessoas que deveriam nascer com uma deficiência, penalizando aquelas práticas destinadas a facilitar sua destruição intencionada", assinalou.

Rodríguez Martín é propulsor de uma iniciativa que busca pospor o diagnóstico da Síndrome de Down até o momento em que sua vida esteja protegida legalmente, pois isto "salvaria a vida de milhares de crianças em todo mundo".