O Patriarca dos Greco-Melquitas, Sua Beatitude Gregorio III Laham, desejou que a visita do Papa Bento XVI ao Líbano em setembro deste ano contribua à paz e à reconciliação na Síria, e rechaçou a acusação à Igreja local de ser conivente com o regime de Bashar Al Assad.

Em uma mensagem enviada à agência vaticana Fides, o Patriarca disse que os sírios "necessitamos o apoio do Papa e esperamos que a próxima visita do Papa ao Líbano seja uma ajuda para a Síria, para que o conflito possa cessar e o país possa florescer. Para isso pedimos a ajuda de todos nossos irmãos cristãos no Oriente Médio e no mundo todo".

No texto, Gregorio III Laham reafirmou o compromisso da Igreja de promover o diálogo e a reconciliação em meio ao conflito que segue tirando centenas de vidas neste país do Oriente Médio.

Por isso, rechaçou uma certa "campanha contra os Pastores das Igrejas de Síria", acusados de conivência com o regime, reafirmando "a credibilidade, a transparência, a lealdade e a objetividade dos Pastores que estão em contato constante com sacerdotes, monges, religiosas e leigos".

O prelado indicou que os Pastores "promovem um convite ao diálogo e à reconciliação e o rechaço à violência. Trabalham para proteger a segurança dos civis no conflito em curso, a fim de não expô-los ao perigo, para evitar que se convertam em alvos dos ataques de um lado ou do outro".

Do mesmo modo, assinalou que não há um conflito entre cristãos e muçulmanos, pois as vítimas são civis de qualquer religião que sofrem pela anarquia, a insegurança e o aumento da violência graças ao tráfico de armas.

"Os cristãos vivem os mesmos perigos, mas são o elo mais fraco. Indefesos, são os mais vulneráveis à exploração, à extorsão, ao seqüestro, ao abuso. Apesar disto, não há conflitos entre cristãos e muçulmanos. Não há perseguição, e os cristãos não são alvo de agressões como tais, mas estão entre as vítimas do caos e da falta de segurança", indicou.

O Patriarca Gregorio III Laham assinalou que "as Igrejas católicas na Síria elevaram suas vozes, exigindo reformas, liberdade, democracia, combate à corrupção, ajuda ao desenvolvimento, liberdade de expressão. Hoje pedimos que o ciclo de assassinatos e destruição cesse, especialmente os ataques contra os civis necessitados, de todas as religiões, que na realidade são as verdadeiras vítimas".

"A Igreja sempre rechaçou o sectarismo, sem tomar nenhuma parte, e assinalando os valores éticos e evangélicos", afirmou.