O Presidente da Conferência Episcopal da Nigéria, Dom Ignatius Ayau Kaigama, assinalou que a massacre perpetrada por extremistas muçulmanos no estado de Plateau (centro da Nigéria) no último fim de semana se deve a motivos econômicos.

Várias aldeias cristãs no estado de Plateau foram atacadas neste fim de semana deixando um saldo de pelo menos 63 mortos. Os ataques atribuídos aos Fulani, uma etnia de pastores muçulmanos contrários aos cristãos.

"Acredito que o problema seja econômico. Os pastores Fulani se sentem vítimas de uma injustiça porque matam ou roubam seu gado e não são compensados pelas perdas sofridas. A ira que surge desta situação os leva a atacar desta maneira terrível", assinalou o Arcebispo à agência vaticana Fides.

Do mesmo modo, explicou que os Fulani e os Birom (etnia cristã), mantiveram conflitos em anos passados. "Estes dois grupos étnicos têm conflitos que datam de tempos atrás. Todos os ataques contra as aldeias da zona sempre se centraram nestes dois grupos".

O também Arcebispo de Jos manifestou ter dialogado com o Governador do estado do Plateau, "que está realmente entristecido e comovido pelas mortes e o nível de destruição causado pelos ataques e está convencido de que os autores não são originários da região, mas vêm de fora".

Finalmente, de seu diálogo com o governador ele advertiu que os Fulani dispõem de uma rede que se estende além da Nigéria, alcançando os países vizinhos, e que os agressores são mercenários de outros lugares. "Não são Fulani residentes no Estado", asseverou.