O Parlamento Europeu expressou seu rechaço e condenou os abortos e esterilizações forçosos que se realizam na China, sob a política do filho único.

A dramática situação que vivem as mulheres na China alcançou as primeiras páginas dos jornais em todo o mundo depois do caso de Feng Jianmei, a mulher grávida de sete meses, que foi seqüestrada e submetida a um aborto forçado, depois de negar-se a pagar alta multa que o governo comunista cobra para que uma família tenha um segundo filho, como exigido pela lei para os habitantes rurais.

O documento aprovado pelo Parlamento Europeu no último 4 de julho assinala que o caso de Feng desatou "em todo mundo uma onda de indignação e condenações contra a China".
O Parlamento "condena energicamente a decisão de obrigar Feng Jianmei a interromper sua gravidez, assim como a prática de abortos e esterilizações forçados em escala mundial e, especialmente, no contexto da política do filho único".

A resolução sublinha o valor "da ampla divulgação do caso de Feng Jianmei graças à Internet e destaca a importância da liberdade de expressão, também na internet".

O Parlamento Europeu também "acolhe com satisfação a aparição de um espaço público para o debate" e saudou a atual discussão de intelectuais sobre a possibilidade da derrogação da política do filho único na China.

O documento também compreende uma solicitude à Comissão e ao Serviço Europeu de Ação Exterior para que se inclua o tema dos abortos forçados no programa do próximo diálogo bilateral sobre direitos humanos com a China.