O ex-presidente da Associação Americana de Psicologia (APA, por suas siglas em inglês), acha que a organização liderada por ele no passado abandonou as boas práticas científicas para promover o estilo de vida homossexual como saudável e normal.

Numa recente entrevista em vídeo com um grupo de pesquisa sobre a homossexualidade, o Dr. Nicholas Cummings afirmou que "o que precisamos fazer é ter um diálogo aberto, sem tabus, e ver aonde nos leva a pesquisa".

Para Cummings, esta pesquisa, infelizmente, não está sendo realizada porque o lobby gay influencia" a organização.

Além de ter sido presidente da APA de 1979 a 1980, Cummings participou do Conselho de Representantes e da Mesa de Diretores deste grupo, no início e a meados da década de 1970.

O mesmo Cummings apoia aos indivíduos gays e introduziu uma resolução em 1975 para declarar que ser gay não era uma doença mental, mas sim caracterológica.

O respeitado psicólogo assinalou que também pediu que a APA fizesse uma "pesquisa imparcial, aberta" sobre o tema, mas isto "nunca foi feito" devido às mudanças na organização.

Cummings explicou que quando ele era presidente, a Associação Americana de Psicologia acatava o princípio de Leona Tyler, que sustentava que o grupo nunca tomaria publicamente uma posição se não fosse apoiada por evidência científica.

Mas as coisas começaram a mudar "bastante drasticamente" ao final da década de 1980, conforme explicou, e para meados da década de 1990 este princípio fundamental já "estava absolutamente esquecido".

"De repente, as coisas começaram a mudar, ao mesmo tempo as coisas ficavam mais políticas que científicas", disse, indicando que embora o princípio de Leona Tyler nunca tenha sido formalmente retirado, "desapareceu" e não pode ser encontrado nem sequer nas memórias da organização.

Cummings recordou que "as posturas políticas pareciam desautorizar qualquer resultado científico. Os resultados apoiados em evidências incompletas se converteram na modalidade comum, e o movimento dos direitos gay capturou a APA".

O cientista explicou que por muitos anos, um grupo "muito seleto" de 200 a 250 membros, "dirigia a APA", rodando entre os escritórios da organização, para evitar as normas que proíbem que indivíduos sirvam por mais de um certo número de sessões num mesmo cargo.

Este seleto grupo não aceitaria nenhum questionamento das declarações sobre a normalidade da homossexualidade, assinalou.

"Tornou-se um assunto de direitos civis mais que um tema científico", criticou.

Cummings disse que ele não se opõe ao "matrimonio" homossexual, e que de fato foi "muito ativo em ajudar aos gays a serem aceitos na APA".

"Mas também respeito o direito de discrepar. E isso não está permitido. Você só pode escutar um lado do tema", lamentou.

O psicólogo explicou que a organização psicológica tinha feito grandes esforços para ser "compreensiva e aberta" e ao fazer isso, "deixou a porta aberta para pessoas que se apressaram e a usaram" para propósitos políticos.

Para Cummings, embora esta fosse "uma ideia muito elevada na superfície", com o tempo se converteu em "uma inclinação" dentro da associação, e acrescentou que "se tivesse que escolher agora, veria a necessidade de formar uma organização que recrute homens, heterossexuais brancos, que estão insuficientemente representados hoje na APA".

O cientista disse que o futuro da Associação Americana de Psicologia é incerto, e explicou que o grupo perdeu parte do seu financiamento e "está atravessando algumas mudanças reais neste ponto".

Os psicólogos clínicos estão cada vez mais decepcionados de que a organização não esteja utilizando seus recursos para fazer a pesquisa que se esperava, e por isso "as pessoas estão deixando de lado sua filiação".

Cummings pediu uma pesquisa honesta sobre a homossexualidade, que esteja aberta a abraçar os resultados científicos, quaisquer que sejam.

"Se nós tivermos um diálogo aberto, estaremos muito mais perto nos próximos cinco anos a uma solução para tudo isto. Mas agora, estamos numa confusão", sublinhou.