No último sábado, 19 de maio, cerca de 200 profissionais de comunicação do Rio de Janeiro estiveram reunidos com o Arcebispo Metropolitano, Dom Orani João Tempesta, para aprofundar no tema proposto pelo Santo Padre para esta edição do Dia Mundial das Comunicações: “Silêncio e Palavra para a Evangelização”. O Encontro de Comunicadores, promovido pelo Vicariato para a Comunicação Social desta Arquidiocese.

O evento aconteceu na Igreja Sagrado Coração de Jesus, na Glória, com início marcado pela Missa em intenção de todos os comunicadores sociais – transmitida ao vivo para todo o Brasil pela Rede Vida —, que foi presidida pelo Arcebispo Metropolitano. Ao término do encontro, os comunicadores vivenciaram um almoço de confraternização.

“A meditação nunca perdeu o seu lugar na Igreja, e o Papa tem buscado mostrar a importância de se recuperar o tempo de silêncio. Porque quanto mais refletimos sobre um assunto, mais ele é aprofundado e melhor podemos falar dele. (...) E, além disso, faz parte da natureza humana colocar em ordem tanto a cabeça quanto o coração”, enfatizou Dom Orani na abertura do evento.

A mesa de reflexões foi composta pela chefe de redação dos telejornais locais da Rede Globo, a jornalista Denise Sobrinho, pelo publicitário Carlos Pedrosa e pelo crítico de cinema e coordenador de pós-graduação do Departamento de Comunicação da PUC-Rio, Miguel Pereira. Eles abordaram o tema sob o prisma de cada respectiva área profissional.

“Por causa da revolução tecnológica e digital, e também com a existência das redes sociais, é um desafio, hoje, a gente confirmar se as informações são verdadeiras antes de lançá-las ao público. Refletir eticamente é também silêncio”, afirmou Denise Sobrinho em nota recolhida pela página oficial da arquidiocese do Rio.

Por sua parte Carlos Pedrosa “O silêncio tem que preceder a palavra, porque a palavra não pode vir antes do silêncio, porque é no silêncio que você vai escolher as palavras certas, a partir das suas emoções, destacou

O crítico de cinema e professor da PUC expressou até mesmo o seu desejo de auxiliar a Igreja nesse processo de aproximação e evangelização dos profissionais que atuam na imprensa secular:

“Eu teria muito prazer em ajudar a realizar uma pastoral da comunicação, porque nós precisamos começar a nos preocupar também com aqueles que estão à frente, na mídia. Isso, inclusive, faria com que eles se sentissem ainda mais engajados e atuantes na Igreja”, disse Miguel Pereira.

Ademais o evento contou com uma exposição fotográfica sobre fé, silêncio e palavra, feita pelos fotógrafos Gustavo de Oliveira e Guilherme Silva, apresentou o tema sob o ponto de vista da imagem.

Para o coordenador arquidiocesano da Pastoral da Comunicação, Padre Márcio Queiroz, o saldo do Encontro de Comunicadores foi bastante positivo, possibilitando perceber o silêncio como ocasião para a reflexão, o autoconhecimento e o encontro com a vontade de Deus
“Diante da mensagem do Papa e das abordagens que foram feitas, eu vejo o quanto a gente tem que valorizar a nossa interiorização da palavra”, destacou o sacerdote.

Falando em entrevista exclusiva à agência do grupo ACI/EWTN em português, a ACI Digital, Denise Sobrinho, que há mais de 30 anos trabalha no setor de jornalismo da rede Globo, e ressaltou em sua palestra a grande mudança que representou o advento da internet para os meios de comunicação, disse à nossa agência que “a internet tem um lado muito positivo e um lado negativo”. O lado positivo, segundo a jornalista é que a rede mundial “abre a discussão ética sobre certas questões” e inclusive “trouxe questões ao debate ético” que antes não eram discutidas em absoluto ou não o suficiente. O importante para Sobrinho é que as pessoas de bem busquem “evangelizar e levar a Palavra para mais gente, usando inclusive a internet para isso”.

Partindo da sua ampla experiência profissional, a jornalista também ressaltou a ACI Digital que na missão evangelizadora da Igreja Católica no Brasil, a união das diversas iniciativas no campo das comunicações sociais é um elemento importantíssimo.  Para Denise, buscar que estas trabalhem em conjunto, torna a Igreja “muito mais forte” na hora de evangelizar.