A possibilidade de que o líder cubano Fidel Castro deseje retornar ao seio da Igreja Católica durante a próxima visita do Papa Bento XVI à Ilha se converteu em tema de intensa especulação na imprensa italiana.

Segundo alguns meios italianos, como os jornais La Repubblica e La Stampa, Castro estaria preparando-se para ser readmitido na Igreja Católica. Em declarações ao primeiro, Alina Fernández, filha de Fidel, indicou que ultimamente seu pai "aproximou-se da religião e a Deus".

Fernández, assinalam os reportes de imprensa, é uma católica devota e visita Roma com certa freqüência.

Outro dos fatos que sugeririam a volta de Fidel à Igreja é o possível encontro do líder cubano com o Santo Padre, que o governo de Cuba não descarta "apesar de não estar no programa", conforme disse faz uns dias o embaixador cubano na Itália, Eduardo Delgado.

Delgado disse que o governo de Cuba vê a visita do Papa como uma "oportunidade para aprofundar ainda mais nas relações entre Igreja e Estado no país comunista", que melhoraram "enormemente" desde a histórica visita do João Paulo II em 1998.

Embora a reunião com Fidel Castro não esteja assegurada, o Santo Padre tem previsto reunir-se com seu irmão, o presidente Raúl Castro, que receberá ao Pontífice na cidade de Santiago de Cuba no dia 26 de março, depois para conversações privadas na capital Havana no dia 27 e, por último, despedi-lo no aeroporto ao 28 de março.

No dia 3 de janeiro de 1962, há pouco mais de 50 anos, o Papa João XIII aplicou a pena de excomunhão ao Castro depois de que o líder cubano se declarou marxista-leninista e anunciou que conduziria Cuba ao comunismo, em seu histórico discurso de 2 de dezembro de 1961, além de mostrar sua hostilidade para com a Igreja expulsando 131 sacerdotes da ilha e fechando escolas religiosas.

João XXIII teve como sustento desta medida o decreto do Papa Pio XII, elaborado pela Congregação para a Doutrina da Fé, que estabeleceu a pena de excomunhão para todo aquele que difundisse o comunismo.