ROMA, 20 de out de 2011 às 13:35

O Padre Mario Carrera, postulador da causa de canonização do Beato Luigi Guanella -que será declarado santo este domingo-, está convencido de que foi um enviado de Deus para encher o mundo de caridade em meio da incompreensão aos mais desfavorecidos.

Em uma entrevista concedida ao grupo ACI, o Padre Carrera explicou que "Dom Guanella foi um homem de Deus enviado em um momento particular da história" e "fez-se o homem de Deus através da oração, a oração fez nascer a fé, a fé fez nascer a caridade, a caridade fez nascer o serviço e o serviço fez nascer a paz, a harmonia e a fraternidade entre os povos, e sobre tudo o ser queridos dentro daquela realidade ".

No próximo 23 de outubro, o Beato Luigi Guanella, fundador dos Servos da Caridade, será declarado santo logo a milagrosa cura de William Glisson, um jovem da Pensilvânia a quem os médicos não deram oportunidade de recuperação após sofrer um severo acidente enquanto patinava.

William tinha 21 anos quando em março de 2002 caiu de cabeça por patinar para trás na rua. Ficou em estado de coma e os médicos lhe fizeram cinco cirurgias, incluindo duas para unir as peças de seu crânio. Os especialistas esperavam que o jovem apresentasse um dano cerebral permanente.

Entretanto, Glisson se recuperou completamente logo que um amigo da família organizasse uma campanha de oração por intercessão do Padre Guanella com uma comunidade dos Servos da Caridade, assim como residentes e estudantes da Aldeia de Dom Guanella, uma fundação dedicada a pessoas com deficiências.

O postulador assinalou ao grupo ACI que a vida do Padre Guanella não é mais que a ação caridosa é a mão de Deus, que "dá a mão ao homem. É o coração de Deus que se faz grande através do coração de qualquer homem que sabe abraçar qualquer pessoa em dificuldade".

Ele afirmou que o Beato Guanella foi um exemplo de confiança em Jesus Cristo, "porque era comprometido com a providência de Deus, portanto esta capacidade de fé em Deus, que não nos abandona, que sempre está ao nosso lado, e que nos diz que não tenhamos medo".

Dom Guanella tinha uma grande capacidade de compartilhar, sobre tudo com quem era em dificuldade, "soube que uma tarde, na rua Milão de Roma encontrou um pobre que não tinha onde dormir, e o levou a sua casa como hóspede. Não sabiam onde colocá-lo e ele ofereceu sua própria habitação", explicou.

"Outras vezes deu seus próprios sapatos e sua própria roupa, e as religiosas o viam no dia seguinte com outro hábito que não era o seu por que ele o havia doado aos pobres".

O Padre Guanella deixou como legado seu "esta solidariedade compartilhar realmente a situação do desamparado, do sofredor e seu testemunho de que nenhum pobre deveria ficar sem resposta porque era o enviado de Deus, porque era o rosto de Jesus".

Finalmente, o prelado relatou que a canonização do Beato Guanella foi a coroação de um trabalho duro, mas valeu a pena "a satisfação de ter realmente um fundador que deu um carisma e que todo seu carisma está vivo e o auspício de que este carisma será cada vez mais coração de nossos corações, vida de nossas vidas, sentimento de nossos sentimentos".

O Apóstolo da Caridade

O Beato Luis Guanella nasceu no sul da Itália em 1842. Fez-se sacerdote e fundou duas ordens -as Filhas da Santa Maria da Providência e os Servos da Caridade- ambas com o fim de servir os pobres.

O ministério destas ordens se concentra em apoiar pessoas com deficiências, apoiar anciãos, e o cuidado de crianças de ambientes difíceis.

O Padre Guanella morreu no dia 24 de outubro de 1915 e foi beatificado pelo Papa Paulo VI em 1964.

A obra de Dom Guanella

Atualmente o sonho de Dom Guanella se faz realidade em Roma, no centro São José da Obra de Dom Guanella, onde se oferece assistência crianças com problemas e portadores de deficiências mentais e físicas.

Ademais este centro dá emprego também a pessoas com este tipo de dificuldades.

Com mais de 30 anos de experiência, Bianca Maria Volpe -uma das enfermeiras especializada em fisioterapia que trabalha na Obra de Dom Guanella-, explicou ao grupo ACI que o trabalho é muito sacrificado mas é realmente reconfortante para o espírito trabalhar ajudando estas pessoas.