Apesar de ter recebido o apoio de 5 milhões de pessoas na Colômbia, a Primeira Comissão do Senado rechaçou, por 9 votos contra 7, uma proposta que procurava blindar a vida contra o aborto através de uma mudança na Constituição.

Vários meios locais assinalam que o voto decisivo correspondeu à senadora Karime Motta, que originalmente ia apoiar a medida e que mudou sua decisão ao final.

A legisladora disse que "não me sinto com autoridade de condenar uma mãe por decidir se tem uma criança em seu ventre durante nove meses e ter seu bebê apenas umas horas em seus braços".

A decisão dos senadores foi tomada em meio dos protestos dos ativistas pró-vida dentro e fora do Parlamento.

Eles se encontravam ali representando os 5 milhões de colombianos de distintas confissões que puseram suas assinaturas para apoiar o projeto que procurava modificar o artigo 11 da Constituição para defender a vida desde a concepção até a morte natural.

O presidente do Partido Conservador, José Darío Salazar, assinalou que frente à decisão do Senado seguirá trabalhando para defender a vida e procurarão promover um referendum para que seja o povo colombiano quem decida.

À sua vez o Procurador geral da Nação, Alejandro Ordónez, disse que a decisão dos senadores foi um "golpe duro" e advertiu que "se não for respeitada a vida humana por nascer o que vamos esperar de todas as pessoas em uma sociedade que cada vez mais se empenha em sua atitude individualista e hedonista".

"O mais grave que lhe pode acontecer a um ordenamiento jurídico é que lhe confira direito à morte com o pretexto de proteger a vida", manifestou.

Em 2006 a Corte Constitucional da Colômbia despenalizou o aborto nos casos de violação, risco de morte para a mãe e má formação congênita do bebê. A reforma que foi rechaçada agora teria abolido estas exceções blindando a vida humana em todas suas etapas.

A Igreja seguirá defendendo a vida

Ao conhecer a decisão dos senadores de rechaçar a reforma constitucional, o Secretário Geral da Conferência Episcopal da Colômbia (CEC), Dom Juan Vicente Córdoba, assinalou que a postura da Igreja é "prosseguir na luta pelo respeito a toda vida humana, desde a fecundação até a morte natural".

"O aborto constitui uma grave ofensa ao Criador e um atentado contra o mais fundamental dos direitos humanos", acrescentou.

O Prelado lamentou com esta decisão "é evidente que a vontade popular não se viu refletida no resultado do debate".

Finalmente exortou a "não desfalecer nesta luta. Hoje mais que nunca, devemos reafirmar nosso compromisso com a defesa da vida e da autêntica dignidade da mulher colombiana".

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