A Secretaria Geral da Conferência do Episcopado Mexicano (CEM) difundiu um boletim de imprensa com declarações do porta-voz oficial do Vaticano, Pe. Federico Lombardi, quem desmentiu que o Papa Bento XVI tenha intervindo para influir na decisão de Suprema Corte de Justiça da Nação (SCJN) rejeitando a aprovação do aborto no país.

Na véspera, algumas agências de imprensa divulgaram declarações atribuídas ao Bispo de Mexicali (estado de Baja California), Dom José Isidro Guerrero Macías, sobre uma suposta intervenção do Pontífice na vitória pró-vida. "Ontem quase perdíamos, mas uma ligação do Papa, não sei a quem, não me perguntem, mudou tudo", disse o Bispo.

O boletim da CEM deste 30 de setembro, assinala que "de acordo com a declaração emitida hoje na Santa Sé, através de seu porta-voz, o Pe. Federico Lombardi, Sua Santidade Bento XVI não realizou chamada telefônica alguma ao nosso País para influir no debate que sustentaram os ministros da Suprema Corte de Justiça da Nação (SCJN), sobre o tema do direito à vida".

O documento desautoriza o Prelado e indica que "tal como o expressou o mesmo Porta-voz do Vaticano, a opinião do Dom Isidro Guerrero Macías, Bispo de Mexicali, ‘carece de fundamento’".

"Sabemos que o Santo Padre, sempre respeitoso da vida interna das nações, não acostuma fazê-lo, e neste caso particular, não interveio na decisão dos ministros da SCJN", recorda o texto.

Fontes do Episcopado Mexicano assinalaram esta manhã ao grupo ACI que as afirmações do Bispo de Mexicali constituem apenas "uma opinião desafortunada".

A Corte Suprema também publicou um comunicado no qual negou a suposta chamada do Papa. "A Suprema Corte de Justiça da Nação (SCJN) rechaça categoricamente ter recebido qualquer chamada de autoridades eclesiástica ou de qualquer outra natureza", indicou.

O texto descarta influência alguma "na decisão dos ministros em torno das ações de inconstitucionalidade promovidas por reformas às constituições de Baja California e San Luis Potosí".

Nos dias 28 e 29 de setembro, a Corte Suprema do México não pôde impor o aborto nestes estados por não terem alcançado os 8 votos que necessitava para declarar inconstitucionais as reformas que blindam a vida em Baja California e San Luis Potosí.