O bispo de Lamego (Portugal), Dom Jacinto Botelho tornou público hoje o seu “apoio incondicional” ao grupo de cidadãos que procura recolher as assinaturas necessárias para um referendo sobre o aborto e a eutanásia no país europeu.

“A Comissão pro referendo Vida está difundindo um conjunto de iniciativas que visam promover a alteração da atual lei do aborto, vigente em Portugal. Por este meio, gostaria de manifestar a esta Comissão o meu apoio incondicional nesta iniciativa, pois a vida é um valor absoluto que é necessário defender”, escreve D. Jacinto Botelho, num comunicado publicado na página web da diocese.

“O prelado se associa, desta forma, a uma iniciativa popular que procura lutar contra o flagelo do aborto no nosso país, através da alteração da atual lei, que fragiliza a proteção da vida humana desde a sua concepção”, assinalou, por outro lado, uma nota do Gabinete de Imprensa diocesano, enviado à Agência Ecclesia do episcopado português.

Segundo a diocese, o gesto de Dom Botelho procura “encorajar todos aqueles que, dentro e fora da Igreja, promovem, incansavelmente, iniciativas que visam a proteção dos mais fracos”.

“O seu apoio dirige-se, particularmente, a todos os leigos que se encontram na primeira linha de apoiar a vida, com iniciativas concretas e corajosas, que têm ajudado a tantas mães a não dar o dramático passo de abortarem os seus filhos”, acrescenta a nota da diocese de Lamego.
No último dia 29 de julho, vários líderes religiosos cristãos, judeus e muçulmanos começaram a receber uma carta a solicitar o seu apoio à coleta de assinaturas para realizar um referendo público que busque garantir a “inviolabilidade da vida humana” na legislação portuguesa.

O grupo promotor desta iniciativa manifestou a sua intenção de “banir o ‘aborto a pedido’ e atalhar a eutanásia”, afirma ainda a nota divulgada pela agência Ecclesia.

A pergunta proposta pela ‘Comissão pro referendo Vida’  para constituir o referendo entre os cidadãos português seria a seguinte: “Você concorda que a legislação portuguesa garanta a Inviolabilidade da Vida Humana, desde o momento da concepção até à morte natural?”.

Segundo este grupo de cidadãos nos referendos sobre a legalização do aborto, “os votantes de 1997 e 2007 não estavam a decidir sobre o seu próprio direito à vida mas apenas sobre o direito de terceiros, sem voz nem voto”.

Sobre a prática da eutanásia o grupo pró-referendo afirma que “não podemos permitir que de um debate tão sério sobre o ‘direito à Vida’ nenhuma indicação seja dada ao legislador sobre o sentido da vontade geral dos portugueses relativamente à ‘eutanásia’, que alguns porfiam em trazer para Portugal, em vez da aposta verdadeiramente humana numa rede de cuidados paliativos”, .