O Arcebispo de Santiago de Cuba, Dom Dionisio García Ibáñez, criticou a agressão que sofreram as Damas de Branco no domingo passado ao sair do santuário da Virgem do Cobre, na província de Santiago de Cuba.

Conforme informou a Rádio Martí, o prelado disse que "os acontecimentos sucederam e eu acredito que aí não haja justificação nem motivo. Foi uma coisa indigna e injustificável".

As Damas de Branco é uma organização composta pelas esposas e familiares dos presos políticos em Cuba. Elas realizam suas protestas pacíficas pela liberdade de seus maridos e parentes encarcerados vestidas de branco e por isso recebem este nome.

O site Cubaencuentro informa que a Dama de Branco Belkys Cantillo Ramírez, esposa do ex-preso político José Daniel Ferrer García, e outras 15 pessoas foram à Missa no domingo no Santuário do Cobre para orar pela liberdade dos prisioneiros políticos.

Quando saíram do templo, a dois blocos do mesmo, foram vítimas de um brutal ataque por parte de simpatizantes do regime.

"Foi na rua a agressão, quando elas desceram do santuário. Foi no povoado. Mas independente de onde tenha sido, são mulheres, essas coisas não devem ser feitas", disse o Arcebispo.

Dom García Ibáñez, quem afirmou que não fará muitos comentários ao respeito, sustentou que os fatos ocorreram dessa maneira, tal como foram narrados nas correspondências da imprensa estrangeira.

Em sua opinião, "as diferenças não devem ser resolvidas dessa maneira. Elas (as Damas de Branco) vieram para ver-me pela tarde esse mesmo dia, e sim, tiveram que ir ao hospital, foram muito maltratadas, muito maltratadas. Que motivos pode haver para agredir umas mulheres?".

Os integrantes das chamadas Brigadas de Resposta Rápida lançaram pedras contra as mulheres que se dirigiam a realizar sua habitual caminhada depois da Eucaristia.

Belkys Cantillo resultou "seriamente ferida quando uma das integrantes da multidão enfiou-lhe umas tesouras em seu antebraço direito".