Em sua edição de 19 de julho, o jornal vaticano L’Osservatore Romano (LOR) analisou as "inesperadas" semifinais da Copa América onde os ausentes mais notórios são a Argentina e o Brasil, e as equipes "inesperadas" são a Venezuela e o Peru.

O artigo aparece logo depois das quartas de Final jogadas no fim de semana passado, nas quais o Uruguai eliminou a Argentina (5-4), o Peru derrotou no tempo complementar a Colômbia (2-0), o Paraguai venceu o Brasil também nos pênaltis (2-0); e a Venezuela chegou pela primeira vez na sua história às semifinais após vencer o Chile por 2 a 1 nos 90 minutos de tempo regulamentar.

No artigo escrito por Maurizio Fontana afirma-se que esta edição da Copa América "devia ser o resgate logo depois da desilusão do mundial sul-africano. Foi ao contrário, uma desilusão mais".

"Brasil e Argentina, os grandes do futebol mundial tampouco chegaram ao encontro na 70ª edição da Copa América e seus jogadores vão de férias antes do tempo".

Para a Fontana, a pior das "quedas" foi sofrida pela Argentina, por ser a anfitriã do concurso e por contar em sua escalação com Lionel Messi, considerado o melhor jogador do mundo.

"Este último parece ter se convertido em um psicodrama vivente. Para ele mesmo e também para todos os comentaristas que procuram constantemente compará-lo com Maradona. Entretanto, cada vez que o gênio (Messi) tira a camiseta do Barcelona (o clube onde joga) todos ficam decepcionados".

Para o ex-jogador e político italiano Gianni Rivera, considerado como um dos melhores jogadores de futebol da Itália junto a Giuseppe Meazza e Roberto Baggio, o que sucede com Messi se explica pelo fato que "um jogador jamais ganhou sozinho um campeonato. O campeão pode exaltar e multiplicar a qualidade de uma equipe, mas também seus companheiros devem dar sua contribuição. Nem mesmo Pelé ganhava sozinho".

Para Rivera, que também foi primeiro italiano a ganhar a Bola de Ouro, o que aconteceu agora com a Copa América está relacionado com o fato que "o futebol se globalizou agora tanto como qualquer outra realidade. Já não há adversários com pouca experiência e as diferenças se reduzem cada vez mais".

"Já não bastam as estrelas", conclui o artigo do LOR.

A Copa América prossegue esta terça-feira 19 de julho com o encontro entre Uruguai e Peru que já se enfrentaram na primeira fase terminando em um empate de 1 a 1, enquanto que na quarta-feira 20 o Paraguai enfrentará a Venezuela.

O encontro pelo terceiro e quarto lugar será jogado no sábado 23 de julho enquanto que a final será no domingo 24.