A fundação Espanhola Red Madre indicou que 80 por cento das adolescentes grávidas optam por seguir adiante com a gestação quando recebem o apoio e o assessoramento necessários. A organização já atendeu mais de 6 000 mulheres gestantes em risco de abortar desde que começou seu trabalho em 2007.

Assim explicou em roda de imprensa a diretora geral da fundação, Carmina García-Valdés, quem insistiu que desde a entrada em vigor da nova lei do aborto, que este 5 de julho cumpre um ano, aumentou em 45 por cento o número de menores de idade que buscaram a organização para receber ajuda.

Em total, no ano 2010, 53% das 4 331 mulheres atendidas na Fundação Red Madre tinham entre 14 e 20 anos de idade, enquanto em 2009 as mulheres nesta faixa etária supunham 18 por cento. Geralmente, as beneficiárias dos programas desta organização são imigrantes, em grupos dentre 20 e 40 anos sem recursos ou jovens de entre os 14 e 20 anos de idade "que não querem abortar, mas sofrem todo tipo de pressões".

García-Valdés destacou que oito de cada dez destas jovens e adolescentes decidiram levar a gravidez até o fim, por isso a fundação conclui que "as menores não querem abortar" e as que o fazem, respondem a "pressões, na maioria dos casos, de seus familiares".

A organização denuncia ademais, que estas jovens "não estão protegidas pela lei" já que, conforme explicam, o aborto livre até as 14 semanas (da gestação) provocou que elas sofram "ainda mais pressão", pois lhes dizem que "abortem o antes possível e não pensem muito" para ajustar-se ao prazo.

"Elas não têm tempo para refletir e agora nos pedem ajuda psicológica e psiquiátrica", acrescentou.

Uma das mães adolescentes atendidas pela fundação, que se chama Mafer, compareceu com sua filha de cinco meses ante a imprensa para explicar que não se sentiu protegida pela nova lei.
Segundo ela a nova legislação "está confusa e o que mais te apóiam a fazer é abortar, porém a melhor decisão que tomei foi ter a minha filha", acrescentou.

Junto a Mafer, interveio a representante de Red Madre de Castilla e León, Lola Armada, para explicar que depois das manifestações dos cidadãos, o governo desta região espanhola aprovou uma lei de apoio à maternidade que contempla ajudas para gestantes em situação de risco a fim de que sigam adiante com a gravidez.

Conforme explicou, na região se concede uma ajuda de 500 euros às grávidas de mais de 23 semanas que estejam em risco de exclusão e levem mais de seis meses vivendo na região. Além disso, estão pondo em marcha cursos de formação e centros de atenção a gestantes, conforme assinalou.

"Quando a grávida tem a ajuda que necessita, segue adiante. Pode que sua situação não se solucione, mas uma vez que tem a seu filho, tem as ferramentas necessárias para sair adiante", concluiu a diretora geral de Fundação Red Madre.