A porta-voz da plataforma Direito a Viver, Gádor Joya, anunciou esta quinta-feira 30 a convocatória de mais de cem "vigílias pela vida" na Espanha e no exterior para comemorar o "triste" primeiro aniversário da Lei do Aborto, que se cumpre na próxima terça-feira 5 de julho, e pedir sua derrogação, sob o lema "Todos temos direito a viver desde a concepção até a morte natural".

Estes atos, que terão lugar entre os dias 1 e 5 de julho –tal e como se especifica em sua Web DerechoaVivir.org–, esperam congregar a "vários milhares de pessoas" em um total de 36 províncias reclamando a derrogação da atual Lei do Aborto e a promoção de leis que proponham a vida humana desde o momento da concepção e até a morte natural.

Do mesmo modo, pedem que se elabore um plano nacional eficaz que permita que as mulheres que não queiram ter a seus filhos possam dá-los em adoção e a perseguição da "fraude de lei que se comete nos centros abortistas, evitando o enriquecimento de uns quantos à custa da morte de inocentes".

A porta-voz de Direito a Viver assegurou que eles estão "indignados" por muitas coisas, mas também contribuem com propostas. Desta forma apresentou a guia "Parabéns mamãe", para mulheres grávidas com problemas e que estejam expostas à possibilidade de abortar.

Por sua parte, a porta-voz de Ginecologistas pelo Direito a Viver, Sonsoles Alonso, explicou que a caderneta conta com um anexo onde se facilita um modelo de direito de petição para que as jovens grávidas com problemas econômicos solicitem ajudas à administração, já que segundo denúncia a plataforma, estas "são escassas".

Do mesmo modo, Alonso indicou que centrarão seus esforços na distribuição deste manual entre os médicos e o pessoal dos centros de saúde para que estes possam entregá-lo diretamente entre as mulheres grávidas.

Por último, Joya pediu ao líder do Partido Popular, Mariano Rajoy, que ponha por escrito, no contrato eleitoral, sua promessa de derrogar a lei para cumprir com o seu compromisso.

Lei de morte digna

Por outro lado, Direito a Viver pediu que não seja aprovada a Lei da Morte Digna posto que esta "aprova práticas eutanásicas" ao centrar-se fundamentalmente em criar um novo direito, o direito à sedação, que "coloca a autonomia do paciente por cima dos critérios médicos e deontológicos", convertendo o médico em um mero "executor".

Neste ponto, Direito a Viver diz que se apóia em um relatório médico, no qual se adverte de que "a lei não aborda os cuidados paliativos e se limita a ser uma lei na qual o Governo fez ouvidos surdos às queixas da cidadania" e em relatórios jurídicos que ressaltam que a lei é "desnecessária e repetitiva".