A Conferência Episcopal Chilena (CECH), pediu aos legisladores que precisem os termos do projeto de lei contra a discriminação para que não se converta em uma porta aberta às uniões gay e afete o matrimônio e a família.

O comunicado foi apresentado no dia 6 de junho pelo Presidente da CECH, Dom Ricardo Ezzati, e reiterou o respeito que merece toda pessoa em sua dignidade de filho de Deus, por isso "uma lei que estabeleça medidas contra a discriminação conta com todo nosso apoio".

Entretanto, a CECH advertiu que o atual projeto de lei "requer ser aperfeiçoado, de maneira que a igualdade em dignidade de toda pessoa, que é o fundamento da convivência, não seja invocada erradamente contra direitos inerentes à natureza humana".

"Parece-nos que o projeto de lei em sua atual redação pode ser utilizado com fins absolutamente alheios à intenção dos legisladores, pois pode chegar a ser precisamente fonte de discriminação que, como sociedade, temos que evitar", assinalou.

O texto recordou que graças a leis imprecisas, "o justo rechaço à discriminação foi esgrimido eficazmente em alguns países para, entre outros propósitos, afetar a essência do matrimônio como união entre um varão e uma mulher (…). Afirmando que esta definição discriminaria quem queira utilizar sua liberdade para ‘casar-se’ com alguém do mesmo sexo".

O Episcopado pediu que não fossem usados termos ambíguos suscetíveis a interpretações arbitrárias, como as palavras "gênero" e "orientação sexual" e afirmou que a lei deve ser clara para evitar "a adoção de meninos e meninas por casais do mesmo sexo".