A plataforma espanhola “Cataluña Vida Sí”, comprometeu-se a realizar concentrações públicas nos dias 25 de cada mês em frente ao Hospital San Pablo, no qual se praticam abortos apesar de que a Arquidiocese de Barcelona pertence à cooperativa que governa a instituição.

Em conferencia de imprensa realizada no último 25 de maio, o Pe. Custódio Ballester, Pároco da Igreja da Imaculada Concepção em Barcelona, em representação dos sacerdotes desta arquidiocese, anunciou que esta medida que se realiza em toda a Espanha há cinco anos, ocorre agora de maneira especial diante do silêncio desta Arquidiocese.

Em declarações à agência ACI Prensa, o Pe. Ballester assinalou que "este ato mensal quer ser um sinal da dor que produz nos fiéis a inação dos bispados de Terrassa, Barcelona e Sant Feliu ante o crime abominável do aborto, que se realiza farmacológica e cirurgicamente em seus hospitais".

Por isso, o sacerdote assinalou que o lema do 25V será em adiante "Cada dia 25 romper-se-á o silêncio da Arquidiocese de Barcelona".

O P. Ballester explicou que "o ato consiste em uma concentração em frente à porta do hospital", para logo deslocar-se "pela ampla Avenida de Gaudí rezando o Terço com megafones, pedindo misericórdia para os não nascidos e valentia para nossos bispos".

O ato finalizará diante da fachada do Nascimento do Templo Expiatório da Sagrada Família com a reza do Ângelus e a bênção.

Na roda de imprensa também participaram membros de outros grupos pró-vida espanhóis.

Sim, houve comunicação de Roma

O Pe. Ballester reiterou à ACI Prensa –como já tinha indicado à nossa agência em espanhol dias atrás ao denunciar que três dioceses (Sant Feliu, Terrassa e Barcelona) seguem fazendo parte das cooperativas de quatro hospitais onde se distribui a pílula do dia seguinte, fazem-se esterilizações e abortos– que o Secretário da Congregação para os Bispos, Dom Manuel Monteiro de Castro, "não me falou de uma carta (enviada aos bispos catalães), mas sim de uma resposta: ‘Nós lhes dissemos que deixem os hospitais’".

O presbítero também revelou que um "oficial da Congregação da Doutrina da Fé me disse: ‘Se a Igreja estiver nos hospitais, não pode haver abortos. Se os houver, a Igreja deve retirar-se’".

O Pe. Ballester disse à ACI Prensa que se reuniu com o Presidente da Pontifícia Academia da Vida, Dom Ignacio Carrasco da Paula, quem, segundo o presbítero, indicou-lhe que "se se perde um hospital, se perde. Se perdermos dinheiro, o perdemos, mas não podemos pôr uma vela a Deus e outra ao diabo".

Reitera denúncia sobre silêncio de bispados contra o aborto

O Pe. Custódio Ballester também afirmou que "um sacerdote da diocese de Sant Feliu perguntou ao Bispo Dom Agustín Cortês em relação à situação do hospital San Juan de Dios" onde se realizam práticas anti-vida.

"O Bispo respondeu falando de outra coisa. Outro sacerdote lhe disse que se não estava de acordo com as informações publicadas que as desmentisse. Silêncio também", denunciou.

O sacerdote relatou que em sua visita a Roma pela beatificação de João Paulo II, também se entrevistou com o Bispo Secretário do Pontifício Conselho para a Pastoral da Saúde, Dom José Luis Ledrado, irmão da ordem de São João de Deus.

"Falamos especificamente sobre a situação do Hospital de San Juan de Dios na diocese de Sant Feliu. O mencionado monsenhor me disse textualmente: ‘A Ordem Hospitalar está muita preocupada com a situação, mas mais que uma responsabilidade dos irmãos de São João de Deus, é responsabilidade do Bispo de Sant Feliu’", manifestou o Pe. Custódio Ballester.

Do mesmo modo, o sacerdote informou à ACI Imprensa que após suas recentes declarações a esta agência, o Arcebispo de Barcelona, Cardeal Lluís Martínez Sistach, "disse-me no Conselho Presbiteral, uma semana atrás, que queria falar comigo, mas até o dia de hoje não o fez".

O Pe. Ballester confiou no êxito desta iniciativa de defesa da vida para cada dia 25, pois no último 25 de maio assistiram muitas pessoas comprometidas com a causa pró-vida, entre eles o Dr. García-Faria, Presidente da Associação de Médicos Católicos da Cataluña.

"Nossa Igreja que é Santa e a esposa de Cristo, é nossa Mãe e não merece que manchemos sua imagem com nosso silêncio e covardia ante os capitalistas deste mundo", finalizou.