Em seu discurso este meio-dia (hora local) aos participantes do Congresso mundial promovido pelo Pontifício Conselho Justiça e Paz no 50º aniversário da Encíclica Mater et magistra do Beato João XXIII, o Papa Bento XVI assinalou que a nova Evangelização responde aos desequilíbrios internos da globalização atual.

Em seu discurso, o Papa destacou que "a verdade, o amor, a justiça, indicadas pela Mater et magistra, junto com o princípio do destino universal dos bens, como critérios fundamentais para superar os desequilíbrios sociais e culturais, seguem sendo os pilares para interpretar e encontrar soluções aos desequilíbrios internos da globalização atual".

"Frente a estes desequilíbrios, é necessário recuperar uma ‘razão integral’ que faça renascer o pensamento e a ética. (...) É preciso desenvolver sínteses culturais humanistas abertas à transcendência, mediante uma nova evangelização".

O Papa disse também que "dos diversos desequilíbrios globais que caracterizam a nossa época, alimentam-se as disparidades, as diferenças de riqueza, as desigualdades, criando problemas de justiça e de distribuição eqüitativa dos recursos e oportunidades, especialmente em relação com os pobres".

"Não são menos preocupantes os fenômenos relacionados com uma finança que, depois da fase mais aguda da crise, tornou a praticar com anseia contratos de crédito que freqüentemente consentem uma especulação sem limites. (...) Do mesmo modo, o aumento dos preços dos recursos energéticos primários (...) chega a ter conseqüências negativas sobre o meio ambiente e sobre o próprio ser humano".

Seguidamente indicou que "a questão social atual é sem dúvida uma questão de justiça social mundial (...), de distribuição eqüitativa dos recursos materiais e imateriais, de globalização da democracia substancial, social e participativa".

Esta justiça, continuou, "não é possível ser obtida apoiando-se no mero consenso social, sem reconhecer que para que seja duradouro, deve estar enraizado no bem humano universal".

Referindo-se aos meios para a difusão da Doutrina Social da Igreja, o Papa indicou que a Igreja conta com "as atividades de suas instituições culturais, os programas de educação religiosa e de catequese social das paróquias, os meios de comunicação e o trabalho de anúncio e testemunho dos leigos. Estes devem estar preparados espiritual, profissional e eticamente".

Finalmente o Papa recordou que "existem importantes instituições ao serviço da nova evangelização da sociedade, como as associações de voluntariado e as organizações não governamentais cristãs ou de inspiração cristã, as Comissões de Justiça e a Paz, os escritórios para os problemas sociais e de trabalho, os Centros e Institutos de Doutrina Social".