Este domingo 27 de março, o Papa Bento XVI visitará as Fossas Ardeatinas de Roma para recordar um novo aniversário do massacre nazista de 335 militares e civis em 1944.

O Papa chegará acompanhado do Arcebispo Emérito da Basílica de São Paulo Extramuros, Cardeal Andrea Cordero Lanza di Montezemolo, cujo pai foi assassinado pelos nazistas nas Fossas Ardeatinas.

"Bento XVI me pediu acompanhá-lo e me isto me comove: aquele lugar está vinculado à minha história e congregou pessoas de diversos credos e origens, unidos por um mesmo destino", explicou o Cardeal ao jornal italiano Il Mattino.

Bento XVI elevará uma oração pelas vítimas no sacrário do monumento. Logo, o rabino chefe de Roma, Riccardo Da Segni, repetirá o gesto já que nestas covas também foram assassinados 75 judeus. O ato terá um amplo valor simbólico dentro do diálogo inter-religioso e das relações entre a comunidade cristã e judia.

O Cardeal Lanza di Montezemolo assinalou que "trata-se de um testemunho de fraternidade como existem poucos no mundo".

Esta será a terceira visita de um Papa às Ardeatinas. O Papa Paulo VI foi ao lugar em setembro de 1965 e em 1982 o Servo de Deus João Paulo II fez o mesmo.

O Massacre das Fossas Ardeatinas

O extermínio das Fossas Ardeatinas foi parte da represália nazista ordenada por Adolfo Hitler como resultado de uma operação bélica na que os membros italianos do Grupo de Ação Patriótica causaram a morte de 33 soldados do exército alemão.

Em 24 de março de 1944 os alemães ordenaram matar com um disparo na nuca dez italianos, por cada soldado alemão morto. Por isso a cifra de 335 vítimas.

As fossas, antigamente covas de areia, foram utilizadas para cometer e ocultar o massacre. Em 1949 se converteram em santuário e monumento.