O Núncio Apostólico para Costa do Marfim, Dom Ambrose Madtha, pediu à comunidade internacional que não esqueça este país africano, onde "há mais de três meses, há uma situação realmente preocupante desde o ponto de vista político, social e humanitário".

A diplomacia internacional se absteve de intervir ante as brigas entre os seguidores de Laurent Gbagbo - ex-presidente derrotado nas eleições de novembro de 2010 mas que se nega a deixar o cargo- e os partidários de Alassane Ouattara, vencedor reconhecido unanimemente pela comunidade internacional.

Em uma entrevista concedida à Rádio Vaticano neste 15 de março, Dom Madhta assegurou que a situação política causou a fuga de 500 mil refugiados à Libéria e ao oeste do país, onde conforme informa da Caritas Internationalis, muitas paróquias acolheram os deslocados.

"A Igreja está buscando fazer todo o possível para ajudar estes refugiados, é um verdadeiro desastre", explicou Dom Madtha.

Além disso, "a União Européia impôs um embargo e agora é difícil encontrar os medicamentos necessários para paliar a situação sanitária do país: há malária, cólera e outros tipos de enfermidades", denunciou.

O Arcebispo lamentou que não se vislumbre uma aproximação entre os presidentes. "Esperamos sempre que estes dois líderes, Ouatarra e Gbagbo, encontrem-se para procurar alguma solução. Esperamos que toda esta situação acabe logo, embora a realidade nos mostre que, possivelmente, não será assim", concluiu.