O Papa Bento XVI recebeu esta manhã ao Presidente do Chile, Sebastián Piñera, com quem tratou, entre outros temas, o da defesa da vida humana e da família.

O presidente chileno chegou ao Vaticano pouco antes das 11.00 a.m. (hora local) e foi recebido pelo prefeito da Casa Pontifícia, James Harvey. O Papa o recebeu na sala do Tronetto, anexa à biblioteca privada papal, com a saudação em espanhol "bienvenido" (bem-vindo). À qual Piñera respondeu: "muito obrigado, Santidade. Para mim é uma honra que Sua Santidade me receba".  

Já na Biblioteca, sentaram-se frente a frente. Bento XVI perguntou se era a primeira vez que vinha a Roma e Piñera lhe disse que era a segunda vez que se encontrava com um Pontífice.

O mandatário explicou ao Santo Padre que o 2010 foi um ano difícil para o Chile, devido ao terremoto e ao caso dos mineiros soterrados no deserto do Atacama, mas que em conjunto tudo vai bem. Depois foram fechadas as portas da Biblioteca e Bento XVI e Piñera conversaram a sós durante 25 minutos.

Conforme assinala o comunicado do Escritório de Imprensa da Santa Sé, "no curso das conversas, desenvolvidas em um clima de cordialidade foram debatidos temas de interesse comum, como a proteção da vida humana e da família, a ajuda ao desenvolvimento integral, a luta contra a pobreza, o respeito dos direitos humanos, a justiça e a paz social".

Em um artigo publicado ontem no L'Osservatore Romano, Piñera destacou a necessidade de proteger o "direito à vida desde a concepção até a morte natural", o principal dos direitos humanos, para obter o desenvolvimento humano integral que tenha em conta a dimensão material e espiritual de toda pessoa.

Nos diálogos de hoje, indica logo o comunicado do Escritório de Imprensa, "reafirmou-se o papel e a contribuição positiva das instituições católicas na sociedade chilena, especialmente na promoção humana e na formação".

Entre os temas de diálogo também esteve a situação da América Latina, "constatando a convergência entre a Santa Sé e o Governo chileno sobre os valores fundamentais da convivência humana".

O mandatário chileno obsequiou ao Papa um incensário de prata, réplica do existente na Catedral de Santiago do Chile. Por sua parte o Santo Padre deu de presente a medalha de ouro do seu pontificado.

Depois do encontro privado se uniram a esposa do Presidente, Cecilia Morel, e os ministros de Relações Exteriores, Alfredo Moreno; Economia, Juan Andrés Fontaine; e Bens Nacionais, Catalina Parot. Também formou parte da comitiva o presidente da Corte Suprema e parlamentares; em um total, 17 pessoas.

Os senadores assistentes deram de presente ao Papa um livro, uma Constituição chilena e uma Bíblia em idioma mapuche, um dialeto falado no Chile.

Após o encontro com o Papa, o Presidente Piñera se reuniu com o Secretário de estado Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, e saudou o Decano do Colégio Cardinalício, Cardeal Angelo Sodano, que foi Núncio Apostólico no Chile.

Piñera oferece um almoço ao qual assiste o Cardeal Bertone e visitará a basílica de São Pedro do Vaticano e as Grutas Vaticanas, onde se encontra a tumba de João Paulo II que será beatificado no próximo 1º de maio.

No último 25 de fevereiro, o Chile recebeu o prêmio International Protect Life Award (à proteção internacional da vida) por ser o país com a taxa de mortalidade materna mais baixa da América Latina, com o qual demonstra que o aborto -à diferença do que dizem seus promotores- não contribui em nada para diminuir o número de mortes entre as mães pois esta prática é ilegal na nação sul-americana.