O Bispo de Túnis (Tunísia), Dom Maroun Lahham, pediu à União Européia (UE), que ajude no desenvolvimento desta nação africana para deter a onda migratória de jovens, que estão fugindo para a Itália devido à instabilidade política e econômica do país.

Logo que no dia 14 de janeiro caiu o regime de Zine El Abidine Ben Ali, que governou a Tunísia durante 24 anos, cerca de cinco mil tunisianos cruzaram o mediterrâneo para a ilha italiana de Lampedusa, a maioria deles na semana passada.

"Sou consciente de que a Itália não pode acolher a todas aquelas pessoas que quereriam ir à Itália. Assim, a maneira de controlar este fenômeno é a colaboração para desenvolver nossos países (africanos), convencendo os jovens a permanecerem aqui para ajudar no seu desenvolvimento", disse Dom Lahham à agência Fides.

Em suas declarações desta terça-feira, o Prelado disse que as migrações para a Europa não são novas, "porque os jovens de Magreb (formado por Tunísia, Argélia e Marrocos), sempre sonharam em chegar ao borde norte do Mediterrâneo".

Dom Lahham indicou que embora o deposto Governo dizia que o desemprego era de 14 por cento, a taxa real "é de pelo menos 20 por cento". E disse que isto, mais a situação de insegurança, leva os jovens a escaparem para a Itália.

O Governo italiano pediu na segunda-feira à UE 100 milhões de euros para enfrentar o êxodo de tunisianos. O primeiro-ministro Silvio Berlusconi disse que a situação "é urgente e diz respeito a toda a União Européia".

Esta terça-feira a UE anunciou uma ajuda imediata de 17 milhões de euros à Tunísia e outra de 258 milhões até 2013, ao mesmo tempo em que expressou seu apoio a um processo democrático no país.