O missionário comboniano, Pe. Luciano Verdoscia, afirmou que a população do Egito deu uma lição de democracia ao mundo e disse que não existe o temor de que se instaure uma ditadura militar logo depois da queda do Hosni Mubarak.

Conforme informou o sacerdote à agência Fides na segunda-feira 14, indicou que no Egito "a democracia está nascendo desde abaixo" e que "os jovens ainda querem assegurar-se de que o processo democrático vai continuar".

"A situação em parte voltou à normalidade, há algumas pequenas manifestações em diferentes partes do Egito", afirmou o sacerdote e indicou que o que acontece neste país é "acompanhado em todo mundo. Por exemplo, na África subsaariana estiveram seguindo de perto a revolução egípcia".

O Pe. Verdoscia destacou a atitude dos jovens logo depois das manifestações que "se comprometeram em limpar a praça: há grupos com vassouras e caixas recolhendo o lixo, enquanto outros estavam pintando, com dinheiro do seu bolso, o corrimão que separa a calçada da rua".

"Gestos que querem dizer: este é nosso país e queremos cuidá-lo. Difundiu-se o lema 'levante a cabeça, você é egípcio'".

A junta militar formada logo depois da queda de Mubarak pediu esta segunda-feira que cessem as manifestações porque "provocam um efeito negativo" na economia e "prejudicam a segurança do país" ao criar o ambiente "para que gente irresponsável realize ações ilegais".

Ontem esta junta dissolveu o Parlamento e anunciou que governará o Egito durante os próximos seis meses ou até que sejam realizadas as eleições legislativas e presidenciais.