Depois de receber correios e ligações de queixa de mais de 30 mil cidadãos europeus, a Comissão Européia decidiu retificar um controvertido calendário que incluía festas religiosas hindus, muçulmanas, sikhs e judaicas, mas omitia todas as festas cristãs incluindo o Natal.

A chamada "Agenda Europa" é publicada anualmente e distribuída a todos os alunos escolares da União Européia através de seus professores.

Depois dos protestos, a Comissão Européia emitiu um pronunciamento no qual reconhece que a omissão do Natal e outras festas cristãs "constitui um lamentável engano que será corrigido por meio de uma fé de erratas que será enviada a todos os professores que solicitaram esta edição da Agenda em todos os Estados Membros".

Depois de assinalar que "em nenhum momento foi nossa intenção realizar nenhum tipo de discriminação em detrimento do cristianismo nesta publicação", a comissão explica que "a próxima edição (2011/2012), que está em preparação, incluirá as principais festividades civis e religiosas que se celebram em cada um dos países da UE".

A idéia de um suplemento separado com as festas cristãs não é uma solução completamente satisfatória para seus críticos; mas as autoridades da União Européia explicaram que é muito tarde para retirar e reimprimir a Agenda.

A Agenda Europa está sob a responsabilidade de John Dalli, Delegado europeu encarregado da Saúde e do Cuidado dos Consumidores. Dalli se desculpou publicamente e se viu forçado a afirmar que "este episódio é a oportunidade de recordar que não se tolera nenhuma discriminação religiosa na União Européia".

Sobre este fato, o ministro francês de assuntos europeus, Laurent Wauquiez, assinalou que a omissão do Natal e as festas cristãs "revelam uma deriva muito grave que eu escolhi combater porque acredito profundamente na importância de uma Europa que assuma sua história e religiosa".

"Se não tivermos isso reforçamos o sentimento de construir um espaço vazio, desencarnado, em suspensão, sem elos. Não se pode negar estes fundamentos constitutivos de nossa identidade européia", conclui.