Irmã Dorothy Mae Stang, de 73 anos, missionária de Notre Dame foi assassinada na manhã do sábado, dia 12, quando caminhava com dois trabalhadores rurais para uma reunião no Projeto de Desenvolvimento Sustentável – PDS – Esperança, localizado a 40 Km de Anapu do Oeste Paraense.

A missionária, que já havia alertado inclusive à imprensa, vinha enfrentando ameaças de morte por fazendeiros da região, desde que começou um trabalho de apoio aos trabalhadores rurais, em 1997, em  projetos de assentamento adequados à conservação da Amazônia. Provavelmente tenha sido mais uma vítima de crime por encomenda, pois os dois pistoleiros que a assassinaram eram, segundo testemunhas, inimigos e ameaçadores de Dorothy Stang.

Irmã Dorothy já havia recebido prêmio de cidadã paraense, e no último dia 10 de dezembro recebeu prêmio de direitos humanos, concedido pela Ordem dos Advogados do Brasil – OAB – Seção Pará.

As investigações confirmaram o assassinato, e segundo o laudo do Instituto Médico Legal (IML), divulgado no domingo (13), ficou confirmado que o crime foi praticado "com extrema covardia e crueldade".

O ministro Nilmário Miranda, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos afirmou que "ela foi atingida à queima roupa, praticamente, com um tiro na cabeça, que seria suficiente para matá-la, mas depois ela levou mais quatro tiros nas costas, já caída, e um último tiro no abdômen".O ministro afirmou que os responsáveis pela morte da missionária Dorothy Stang são dois pistoleiros conhecidos por Eduardo e Pogoió, que teriam assassinado a freira a pedido de um intermediário conhecido por Tinair (Dnair), segundo informa Agência Brasil.

Ainda no laudo ficou evidente que os tiros foram disparados de duas armas distintas. "Ela foi morta com seis tiros à queima roupa, de duas armas diferentes", informou. espera que o crime seja apurado pela Polícia Federal e os executores e mandantes sejam julgados pela esfera federal, sem interferência da oligarquia latifundista do Estado que continua a matar trabalhadores rurais.

A onde de crimes na região tem como causa fundamental a luta por terras na Amazônia. No último ano foram 11 assassinatos, mais de 30 ameaçados de morte, inclusive a irmã Dorothy, que foi assassinada. Infelizmente o Estado do Pará continua recordista em crimes do latifúndio. O Estado é totalmente ausente da fronteira, a violência é deliberada e está a serviço de grupos que controlam o poder (madeireiros fazendeiros e grileiros).