A Santa Sé comunicou hoje a realização de uma reunião entre delegados da Congregação para a Doutrina da Fé e um grupo de 28 bispos e 26 outros teólogos na Índia com quem, entre outros temas, tratou-se o de Jesus Cristo como único Salvador de todos os povos.

A reunião foi realizada entre os dias 16 e 22 de janeiro deste ano na Academia Nacional São João de Ciências da Saúde em Bangalore (na Índia). Em um comunicado divulgado hoje se destaca que na primeira parte do encontro, os teólogos debateram temas como seu papel específico na Igreja, a metodologia teológica no Oriente e Ocidente, a inculturação, e Jesus Cristo como único Salvador de todos os povos.

Outros temas foram a relação entre a Igreja de Cristo e outras religiões, o conceito cristão de autêntica liberação humana, o papel da comunidade da fé (o 'sensus fidelium'), e o caráter distintivo da oração e da espiritualidade cristãs.

Na segunda parte do encontro organizada pelos 28 bispos e os representantes do Vaticano se trataram vários assuntos relacionados ao papel específico e a responsabilidade dos bispos na Igreja, entre outras o bispo como professor da fé, o funcionamento da comissão doutrinal das conferências episcopais, a formação dos futuros sacerdotes e membros das congregações religiosas, e a correta avaliação dos delitos canônicos mais graves.

A delegação do Vaticano esteve composta pelo Cardeal William Llevada, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, acompanhado pelo Arcebispo Luis Ladaria, secretário; e Dom Charles Scicluna, Promotor de Justiça, e outros três funcionários deste dicastério.

Os membros do episcopado hindu que participaram do encontro, encabeçados pelo Cardeal Oswald Gracias, Arcebispo de Bombay e presidente da Conferência de Bispos Católicos da Índia, representaram os três ritos "sui iuris" das Igrejas da Índia.

Esta reunião também procura responder a uma série de desafios que se apresentam na Índia com a influência do hinduísmo e diversas correntes new age, plasmadas por exemplo nos livros do falecido sacerdote jesuíta Anthony de Mello, que a Congregação para a Doutrina da Fé, presidida pelo então Cardeal Joseph Ratzinger, declarou "incompatíveis com a fé católica" em 1998.